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BC prevê inflaçao de 0,1% em 2002
Do Diário do Grande ABC
30/06/2000 | 13:45
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O Banco Central prevê que a inflaçao medida pelo Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 0,1% em 2002, considerando a manutençao dos juros em 17,5% ao ano. As informaçoes sao encontradas no relatório trimestral de inflaçao do Banco Central, divulgado nesta sexta-feira, em Brasília.

A trajetória esperada para 2000 sofreu mudança substantiva em relaçao ao relatório de março. A previsao contida no novo documento é de que o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 5,6%. No relatório anterior, a previsao era de 6,3% levando-se em consideraçao a taxa de juros prevalecentes, que era de 19% a.a.

Segundo o BC, essa mudança de comportamento pode ser compreendida com base em dois pontos. Primeiro, a inflaçao de janeiro a maio de 2000 foi a menor, desde a criaçao do IPCA, situando-se em 1,41%. O banco destaca que este resultado foi favorecido pelos preços do grupo alimentaçao e bebidas. O segundo ponto é que este comportamento dos preços dos alimentos nao havia sido antecipado no último relatório e configura um choque favorável, que desloca para baixo a trajetória esperada para a inflaçao até o primeiro trimestre de 2001.

A previsao do BC para a inflaçao acumulada este ano, de 5,6%, é um pouco abaixo da meta do governo, de 6 %. Para 2001, a expectativa é de 3,9%, dentro da meta de 4% estabelecida pela equipe econômica.

Ainda de acordo com o relatório do BC, as tarifas públicas vao afetar a inflaçao de 2000 com maior intensidade, a partir do segundo semestre, mesmo que os reajustes esperados nao sejam tao elevados quanto os ocorridos no ano passado.

O banco trabalha com a hipótese de que, em média, os reajustes dos preços administrados fiquem em torno de 12,2% neste ano, significando um impacto direto sobre a inflaçao de 2,8 pontos percentuais.

As principais fontes de incerteza para a economia brasileira continuam sendo o comportamento do preço internacional do petróleo e das tarifas públicas, assim como a evoluçao da economia dos Estados Unidos. Quanto a esta última, o relatório do BC assinala que a probabilidade de que a desaceleraçao da economia americana seja feita sem sobressaltos aumentou consideravelmente nas últimas semanas.

Mesmo assim, o nível esperado das taxas de juros dos EUA deverá ficar este ano, de acordo com o BC, próximo a 7%, patamar superior ao considerado no relatório de março, que era de 6,5%. ``No entanto, os efeitos desse aumento sobre a economia brasileira deverao ser mais que compensados pelos melhores fundamentos domésticos``, explica o documento.

Já o impacto do aumento do preço dos combustíveis sobre a inflaçao deste ano será maior do que o anteriormente antecipado. Segundo o relatório, a expectativa de que o preço internacional do petróleo caísse após a decisao de março da Opep, de aumentar o volume de produçao, nao se concretizou.

O relatório lembra que o preço do produto continua em níveis historicamente elevados, aumentando a probabilidade de novos reajustes dos preços internos dos combustíveis. ``Portanto, ainda que a expectativa atual seja de que o preço do barril do tipo Brent caia até o final do ano para cerca de US$ 27, de acordo com os preços negociados nos mercados futuros do produto, o valor médio em 2000 deverá ficar próximo desse patamar, bastante superior ao esperado nos últimos relatórios``, diz o BC.

O Banco Central também faz projeçoes sobre o Produto Interno Bruto (PIB). O relatório trimestral de inflaçao prevê para 2000 crescimento do PIB de aproximadamente 3,9%, com a hipótese de taxa de juros constante em 17,5% ao ano. No relatório de março, quando a taxa básica de juros estava em 19% a.a., a projeçao de crescimento do PIB era de 3,7%.

Já a pesquisa diária, realizada pelo Grupo de Comunicaçao Institucional do Banco Central (GCI), com base em amostra média de 70 instituiçoes financeiras e consultorias, aponta para 2000 expectativa de inflaçao, medida pelo IPCA, de 6% ao ano. A pesquisa envolve as expectativas de mercado quanto à evoluçao de determinadas variáveis macroeconômicas. Esta taxa vem declinando desde início de janeiro, quando apresentava mediana de 7% a.a..

Para 2001, a expectativa cresceu de 4%, em janeiro, para 4,3% a.a., em junho, após atingir 4,5% a.a. em meados de maio. Por sua vez, as previsoes de inflaçao pelo IGP-M e IPC-Fipe apresentaram comportamento de queda durante este primeiro semestre. No caso do IGP-M, que em janeiro era de 8%, caiu para 7% a.a. em junho. O IPC-Fipe despencou de 6,6% a.a., no final de janeiro, para 5,1% a.a., em junho.

No caso da Pesquisa de Percepçao de Mercado, realizada trimestralmente, com a participaçao média de 100 instituiçoes, a expectativa de inflaçao medida pelo IPCA é de 6,05% ao ano, para 2000; 5% a.a. em 2001 e 3,5% a.a. em 2002. A sondagem incluiu na sua versao de maio, além do setor financeiro, também o empresarial nao-financeiro.




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