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Novo secretário-geral da OEA assume cargo fazendo ‘limpeza’
Da AFP
21/09/2004 | 20:08
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O novo secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o costarriquenho Miguel Angel Rodríguez, assumiu seu cargo de forma decidida, ordenando a eliminação de 15 postos executivos e mais de uma dezena de cargos administrativos para fazer frente à ineficiência e ao déficit da organização.

Rodríguez, que foi nomeado no dia 15 de setembro e tomará posse oficialmente na quinta-feira, na presença de 12 presidentes e vários chanceleres das Américas, começou a reestruturação da OEA com uma "limpeza" nos cargos de maior escalão e com redução de salários dos altos funcionários, inclusive o seu, em 10%.

O ex-presidente costarriquenho, que substituiu o colombiano César Gaviria, anunciou que a medida economizará mais de US$ 2 milhões por ano com o objetivo de enfrentar o déficit de US$ 1 milhão previsto para este ano, e de US$ 5 milhões para 2005.

O próximo passo da reestruturação, que deve terminar no dia 30 de janeiro de 2005, segundo resolução adotada em junho pelos chanceleres americanos reunidos em Quito, capital do Equador, durante a assembléia-geral da OEA, será pedir um aumento das cotas dos 34 países membros, afirmou Rodríguez em um recente discurso.

Segundo uma autoridade do alto escalão da entidade que pediu anonimato, a medida concede a Rodríguez maior autoridade dentro e fora da organização para levar adiante seu programa. "O que quer é começar com menos gordura e uma organização mais ágil", disse o diplomata. Mas "realmente surgem muitas dúvidas quando os cargos de diretoria são reduzidos de 22 para sete e os 13 altos postos são eliminados", advertiu. "É uma grande operação cirúrgica para evitar a beira da falência", avaliou.

A eliminação do cargo de relator de liberdade de expressão, que era do argentino Eduardo Bertoni, e a idéia de Rodríguez de designar um diretor de direitos humanos acima do secretário-executivo da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), Santiago Cantón, já foram questionadas.

Entretanto, Rodríguez esclareceu ao jornal Miami Herald que sua proposta de criar um diretor de direitos humanos que substitua Bertoni está sujeita ao acordo da CIDH. Um diplomata sul-americano que também pediu o anonimato afirmou que há anos não se aumenta ou reajusta as cotas dos países membros e alguns países estão inadimplentes. É o caso da Argentina, que deve US$ 13,194 milhões.

"Esta é a dificuldade que o secretário-geral enfrenta hoje: não apenas um orçamento relativamente pequeno e não reajustado (à inflação) como não confiável em 100%. Se dois ou três grandes estados deixam de contribuir, os números vão para as cucuias", destacou.

A OEA, na qual trabalham quase mil pessoas, tem um orçamento de US$ 76,6 milhões para este ano e de US$ 76,275 milhões para 2005, para o qual não há previsão do aumento das cotas.

"O corte de pessoal foi duro, sem anestesia, mas quem tiver uma alternativa melhor que a diga logo", afirmou o diplomata.

O embaixador canadense Paul Durand, disse que a OEA "tornou-se algo muito disfuncional com os anos" e que Rodríguez "está dando nova energia, nova coordenação" para trabalhar com mais "eficiência. "A reestruturação foi drástica, mas era absolutamente necessária há bastante tempo", avaliou.




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