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Ex-ministro dos Transportes admite uso de 'caixa 2'
Do Diário OnLine
Com Agências
09/11/2005 | 14:46
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O ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, que exerceu o cargo do início do governo Lula até março de 2004, admitiu nesta quarta-feira ter usado 'caixa dois' em todas as eleições que disputou. Para o atual prefeito de Uberaba (MG) pelo PL, o crime eleitoral é "uma coisa absolutamente normal".

Adauto destacou que nunca viu uma campanha eleitoral não fazer uso de financiamento irregular. Para o ex-ministro, que está sendo ouvido pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Mensalão, é "cinismo" dizer que as coisas são diferentes.

O prefeito de Uberaba é acusado de ter recebido R$ 2 milhões do empresário Marcos Valério em 2002, mas confirma saques de 'apenas' R$ 410 mil. A denúncia de que o ex-ministro recebeu R$ 2 milhões foi feita pelo presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto.

Ao ser questionado sobre a declaração pelo deputado Julio Redecker (PSDB-RS), o ex-ministro reafirmou a 'normalidade' do caixa dois. "Tanto é normal que o candidato do partido de Redecker à Prefeitura de Uberaba apresentou, em 2004, uma prestação de contas em valor inferior ao que apareceu no recibo da empresa que lhe prestou consultoria para na Prefeitura".

Redecker rebateu a acusação, afirmando que não tem relação com o que está sendo investigado pela CPMI. O tucano também lembrou que o ex-ministro teve oportunidade de fazer um adendo à prestação de contas para incluir os R$ 410 mil que admite ter recebido do PT e que não foram contabilizados.

"Isso demonstra que o senhor sabia que a origem do dinheiro não era fruto de empréstimo bancário e, logo, que sua origem era escusa. Como o senhor era ministro, isso pode configurar, pelo Código Penal, crime de corrupção passiva", acusou Redecker.

Adauto se defendeu dizendo que não pode ser punido como o único que usa caixa dois em campanha eleitoral.




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