As centrais sindicais querem unificar a campanha salarial para barganhar reajustes mais elevados para os trabalhadores no segundo semestre. Pelo menos 105 negociações salariais deverão ser feitas em todo o País no segundo semestre do ano, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). As principais categorias com data base são os bancários, comerciários, petroleiros, comunicações e transportes.

Somente no Estado de São Paulo, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) deve intermediar acordos de 38 categorias, que representam 1,5 milhão de trabalhadores.

Com a expectativa de crescimento econômico superior a 6% ao ano e concessão de elevados aumentos salariais pelo governo aos servidores públicos, os trabalhadores da iniciativa privada esperam conseguir das suas empresas aumentos bem acima da inflação.

O problema, no entanto, é que reajustes acima da inflação estimulam o consumo e pode fazer com que o BC (Banco Central) eleve ainda mais os juros para desacelerar a economia.

EXPECTATIVA
O diretor do Dieese Clemente Ganz afirmou que, no ano passado, o reajuste dos trabalhadores ficou, em média, 2% acima da inflação. Para o segundo semestre já existem centrais sindicais que pensam em aumento de, pelo menos, 5% acima da inflação.

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, destacou que a organização do movimento sindical pode garantir acordos mais vantajoso com as empresa. Conforme o ministro, como as companhias lucraram no passado poderão também conceder aumentos mais expressivos de salários aos seus trabalhadores. "As empresas estão lucrando mais e, por isso, podem dar reajuste maior do que em 2009", afirmou Lupi.