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Bancada do ABC só aprova 13 leis na Assembléia
Maurício Klai
Do Diário do Grande ABC
11/11/2001 | 19:29
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  Os oito deputados estaduais que representam o Grande ABC na Assembléia Legislativa só conseguiram aprovar 13 leis desde que assumiram seus mandatos, em 1998.

Um eleitor mais exigente notará que algumas delas referem-se a homenagens ou campanhas educativas e não contemplam de maneira objetiva os maiores problemas da região: violência, educação e saúde.

Como uma tentativa de explicação, os deputados sustentam que nenhum dos 94 deputados consegue aprovar mais do que uma lei por ano.

Recentemente, por meio de um acordo de cavalheiros, eles resolveram que cada deputado teria um projeto aprovado neste ano, desde que a matéria não fosse polêmica. Com a atitude, contribuíram para alimentar o estigma que mais criticam, além de fortalecer na cabeça do eleitor o conceito de que bom parlamentar é aquele que consegue aprovar uma centena de leis.

“Com 94 deputados é difícil não ser apenas mais um”, afirmou o deputado Donisete Pereira Braga (PT-Mauá), que não economizou críticas ao governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP). “Não consigo entender como o governador até agora não chamou os prefeitos para dar seqüência às discussões de Covas com o governo regional”, disse.

Integrante da base de sustentação do governador, Newton Brandão (PTB-Santo André) pensa diferente. “A região nunca foi tão beneficiada como agora.”

O líder do PL, deputado Ramiro Meves, garante que há parlamentar que não aprova um projeto na Casa há oito anos. “O governo tem o apoio de 63 dos 94 deputados”, afirmou. “Aqui funciona a política de corredores.” Vanderlei Siraque (PT-Santo André) concordou com Meves. “Esses corredores não estão abertos para nós, até porque não queremos”, disse.

Na opinião de Wagner Lino (PT-São Bernardo), a prática de os deputados do Grande ABC levarem as emendas ao orçamento da região para discutir com o líder do governo é uma atitude que rebaixa o Grande ABC. “O líder não tem poder de negociar nada. É preciso levá-las ao Palácio dos Bandeirantes e envolver prefeitos e vereadores no processo”, afirmou.

Daniel Marins (PPB-São Caetano) tem a mesma opinião de Lino quanto à desunião entre os prefeitos. “Contribuímos muito para o bolo, mas não recebemos o repasse em obras compatível. No Estado, existe a visão de que o Grande ABC é rico.”




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