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Bovespa valoriza mais de 4% com anúncio do Fed; dólar cai
Fabiana Piasentin
Do Diário OnLine
18/09/2007 | 17:53
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O anúncio de corte de meio ponto percentual na taxa básica de juros dos Estados Unidos foi recebido com muito otimismo pela Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que fechou em forte alta nesta terça-feira. O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, avançou 4,28%, aos 56.666 pontos, e volume financeiro de R$ 5,5 bilhões. O dólar comercial recuou 2,29%, ficando novamente abaixo do piso de R$ 1,90, cotado a R$ 1,877 para a venda.

O bom desempenho do mercado financeiro se deve ao anúncio do “BC” dos Estados Unidos, que cortou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros do país, para 4,75% ao ano. A redução pôs fim à trajetória de alta dos juros dos EUA, iniciada em agosto de 2005. A decisão de hoje também marca o primeiro corte da taxa de juros norte-americana desde junho de 2003, quando passou de 1,25% para 1% ao ano.

Apesar do mercado financeiro aguardar uma redução da taxa, o corte de meio ponto surpreendeu analistas, que esperavam uma redução mais comedida. “Foi uma surpresa para o mercado, já que o Fed sempre se mostrou mais conservador”, avalia o analista da Win e homebroker da Alpes Corretora, Fausto Gouveia. “A decisão de hoje mostra que o Fed deixou de lado a sua postura conservadora para se tornar mais agressivo”, completa.

O corte na taxa de juros dos Estados Unidos é muito positivo para países emergentes, como o Brasil. Quando os juros norte-americanos sobem, muitos investidores retiram seus ativos desses países para investir em economias mais sólidas, como a dos EUA. “A queda nos juros americanos alavanca a economia global. Para os países emergentes foi ótimo, pois dependemos de commodities”, afirma o homebroker. Prova disso foi a valorização dos papéis da Vale do Rio Doce, um dos mais negociados do Ibovespa, que valorizaram 6,6%, a R$ 46,80.

A redução da taxa era muito defendida pelo mercado financeiro, que esperava uma intervenção do FOMC (comitê de política monetária do Fed) diante da crise do crédito imobiliário de alto risco (subprime). Desde o início de agosto, a inadimplência das hipotecas dos Estados Unidos contamina os principais mercados financeiros do mundo, obrigando os bancos centrais a liberarem recursos para evitar a falta de liquidez do sistema financeiro.

O corte na taxa de juros norte-americana era visto como uma maneira de incentivar novos empréstimos, para evitar o desaquecimento da economia e uma possível recessão. No entanto, o fantasma da crise ainda assombra a economia americana e o Fed deve continuar atuando no sistema financeiro. “A redução foi mais uma medida para conter a evolução crise, assim como as injeções de dinheiro. O Fed agiu de maneira correta e isso trouxe calma para o mercado”, afirma Gouveia.




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