O cruzador de mísseis Moskva, navio emblema da frota russa do Mar Negro, foi "seriamente danificado" por uma explosão de munição, disseram agências estatais russas nesta quinta-feira, 14 (pelo horário local, noite de quarta-feira, 13, em Brasília), depois que a Ucrânia alegou ter atacado o navio.
A explosão é mais um revés militar para a Rússia, que sofreu uma série de golpes desde que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, no que Moscou chama de "operação militar especial" para "desnazificar" o país.
Autoridades ucranianas, porém, alegam ter atingido o navio com mísseis. "Os mísseis Netuno que vigiam o Mar Negro causaram danos muito sérios ao navio russo. Glória à Ucrânia!", escreveu mais cedo o governador Maksym Marchenko no Telegram.
Oleksii Arestovich, um assessor do presidente ucraniano, confirmou no YouTube os ataques ucranianos ao navio, sem indicar sua localização. "(O navio) queima forte. Agora mesmo. E com este mar tempestuoso não se sabe quando eles poderão receber ajuda. São 510 tripulantes", afirmou durante a transmissão, sobre o navio de 12,5 mil toneladas.
O Moskva ganhou notoriedade no início da guerra quando exigiu a rendição das tropas de fronteira ucranianas estacionadas na pequena Ilha da Cobra, que recusaram de forma desafiadora. Acreditou-se inicialmente que os soldados ucranianos tinham sido mortos, mas na verdade eles foram feitos reféns e depois libertados em uma troca de prisioneiros com a Rússia no fim de março, de acordo com o Parlamento ucraniano.
As agências de notícias russas disseram que o Moskva, encomendado em 1983, estava armado com 16 mísseis de cruzeiro antinavio Vulkan com um alcance de pelo menos 700 km. A Interfax não deu mais detalhes do incidente. Em abril de 2021, a agência citou um almirante russo aposentado dizendo que "este é o navio (russo) mais importante do Mar Negro".
Centros de comandos
Nesta quarta-feira, mais cedo, o Exército russo ameaçou atacar centros de comando na capital ucraniana, Kiev, que Moscou havia desistido de tomar até agora, se as tropas ucranianas continuarem atacando o território russo. "Vemos tentativas de sabotagem e bombardeios das forças ucranianas contra posições no território da Federação da Rússia", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.
"Se esses fatos continuarem, o Exército russo atacará centros de tomada de decisões, também em Kiev, algo que o Exército russo se absteve de fazer até agora", acrescentou.
As forças russas se retiraram da região de Kiev no fim de março. Durante um mês, elas tentaram cercar a capital e a bombardearam. (Com agências internacionais).
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