A economia argentina cresceu 8,8% em 2004 em relação ao ano anterior, segundo número provisório do Índice Mensal de Atividade Econômica (EMAE, da sigla em espanhol), calculado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) e divulgado nesta quarta-feira.

Desta forma, a economia manteve um nível similar de recuperação ao registrado em 2003.

Em dezembro passado, o crescimento foi de 9,2% em relação ao mesmo período de 2003, completando assim uma recuperação de 8,8% no ano inteiro.

O processo de recuperação começou em dezembro de 2002, no final do ano da pior crise econômica do país, que levou seu PIB a despencar 10,9% e gerou três anos recessão.

Depois da divulgação do número, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, afirmou em uma entrevista coletiva que em dezembro foi registrada "uma aceleração muito forte do processo de recuperação" da atividade.

Por este motivo, considerou que "é possível que haja um ajuste" da meta de crescimento de 4% prevista para 2005, ainda que tenha ressaltado que isto será feito de maneira progressiva.

O ministro destacou o impacto positivo dos dados do crescimento sobre os bônus da dívida que estão atrelados ao desenvolvimento econômico. "O título ligado ao crescimento agora tem um valor interessante", afirmou.

A Argentina lançou no dia 14 de janeiro uma oferta de troca de títulos em "default" desde dezembro de 2001, cujo montante é estimado em 81,8 bilhões de dólares, contemplando um abatimento de cerca de 50% do valor nominal dos papéis e um menu de títulos que inclui um com rendimento atrelado ao crescimento do PIB.

Para 2005, tanto as estimativas oficiais quanto as privadas prevêem um ritmo de crescimento em queda em comparação com os períodos de auge. Alguns estudos se arriscam a falar em algo em torno de 6%.