A intenção era oficializar o apoio do PMDB à base de sustentação. Era. O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), articulou a aproximação com os peemedebistas e selaria a parceria num almoço, ontem, com integrantes da executiva estadual da legenda. A informação vazou para a imprensa e o encontro foi cancelado.

O fato de o chefe do Executivo, que tentará a reeleição no ano que vem, ter ignorado a executiva municipal do PMDB e tratado a questão diretamente com a estadual (o mesmo aconteceu com o DEM, após a eleição de 2008) deixou irritadas as lideranças locais do partido. Assim, a adesão que parecia próxima, fica mais distante.

Marinho teria conversa com o presidente do diretório provisório do PMDB de São Paulo, deputado estadual Baleia Rossi, o também parlamentar paulista Jorge Caruso (PMDB) e o diretor de gestão do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Jarbas Zuri (PMDB).

Apesar do nítido desconforto com o episódio, os vereadores peemedebistas Tunico Vieira e Gilberto França evitaram polemizar e proferiram declarações cautelosas. "Quero acreditar que esse almoço não foi organizado. Seria falta de educação e irresponsabilidade política se acontecesse. O Caruso e o Baleia, pessoas experientes, antigas na vida pública, não iriam tomar qualquer atitude sem consultar as lideranças locais", amenizou Tunico, vice-presidente municipal do PMDB. "Tomei conhecimento da reunião pela imprensa. Mas não acredito que iria ocorrer. Se for verdade, é ruim", ponderou Gilberto.

Mais do que gerar conflito entre Marinho e o PMDB municipal - o namoro entre o petista e a legenda é antigo - , a situação coloca em rota de colisão os interesses dos peemedebistas de São Bernardo e do Estado. Enquanto o partido trabalha por candidatura própria ao Paço em 2012, a executiva estadual dá a entender que essa não é a prioridade.

"Existe uma determinação da executiva federal do PMDB para lançar candidato a prefeito em todas as cidades. É isso que estamos cumprindo. Já procuramos as executivas estadual e federal para expor nossa intenção e não houve qualquer objeção", ressaltou Tunico Vieira, que há algumas semanas elaborou carta aberta defendendo chapa majoritária. "Essa é a nossa disposição. Mas ainda não é hora de discutir nomes", corrobora Gilberto França.

Tunico, inclusive, visitou no início da semana os prefeitos peemedebistas de Rio Claro, Du Altimari, e de Araraquara, Marcelo Barbieri. "Fui buscar informações sobre plano de governo. Estamos realmente trabalhando para termos candidatura ao Paço no ano que vem", concluiu Tunico.

Sem apreciar veto, vereadores atendem moradores na sessão

O veto do prefeito Luiz Marinho ao projeto de lei que aumenta de 5% para até 15% os descontos no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) mais uma vez não foi votado.

A matéria era a terceira da ordem do dia, mas como ainda há prazo para ser apreciada, outras passaram na frente, pelo fato de as proposituras terem sido colocadas para análise dos vereadores somente no fim da plenária. No entanto, foram aprovadas duas denominações de escolas infantis.

Se não foi uma sessão produtiva na avalização de matérias, ao menos para os movimentos sociais foi proveitosa. Foram atendidos grupos de munícipes da Vila São José, do Jardim das Oliveiras e do bairro Alvarenga.

A comunidade da Vila São José se mostrou preocupada com as condições de suas casas e os possíveis riscos de deslizamentos de terra no local. O vereador Paulo Dias (PT) disse que a Prefeitura tem efetuado ações para evitar problemas.

Sobre o Jardim das Oliveiras, as reclamações foram acerca da suposta contaminação do solo. "Tudo está sendo estudado para que seja feita intervenção na área", defendeu Toninho da Lanchonete (PT).

Falta de informação a respeito da Usina Verde, que será construída no bairro para transformar resíduos sólidos em adubo, foi a pauta dos moradores do Alvarenga. Comissão de vereadores vai tratar do assunto junto à administração.