O montante de pessoas que buscaram empregos no Grande ABC foi menor em fevereiro em relação ao primeiro mês de 2011. Eram 132 mil desempregados ou 8.000 a menos do que um mês antes. É o melhor mês de fevereiro de toda a série, iniciada em 1998.

Apesar da queda, o número é expressivo e corresponde a quase toda a população de São Caetano (de 149,5 mil habitantes). Também é três vezes maior que o contingente de Rio Grande da Serra (44 mil).

O percentual de desempregados caiu de 10,1% para 9,6% - resultado próximo ao desempenho de dezembro (9,5%). O melhor índice é de outubro, com taxa de desemprego de 9,3%. Todo o balanço consta na PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) mensal, divulgada ontem pelo Seade/Dieese (Sistema Estadual de Análise de Dados/ Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

No Grande ABC, computou-se em fevereiro 1,248 milhão de trabalhadores ativos, entre formais e informais - 0,24% maior do que janeiro, com 1,245 milhão de ocupações.

Já a PEA (População Economicamente Ativa) teve nova baixa no balanço - 5.000 pessoas deixaram o mercado ante janeiro. Desde novembro esse indicador cai.

O gerente de pesquisas do Seade, Alexandre Loloian, explicou que a taxa de desemprego recorde na região se destacou ante a região metropolitana do Estado - que teve recuo de 0,3% na PEA (30 mil pessoas fora do mercado no período). Os volume considerados são estáveis.

INDÚSTRIA - Apesar de não haver dados específicos regionais, Loloian destacou que a retomada da indústria pode ser usada como justificativa para o mês positivo atípico nas sete cidades. É o único ramo que cresceu no mês - com 68 mil novos postos, frente ao mesmo período de 2010 e 14 mil a mais do que em janeiro. O comércio recuou 1,5% e serviços, 0,3%.

"O setor de metalmecânica puxou o crescimento e representa 40% da indústria na Região Metropolitana. Sabemos que no (Grande) ABC esse setor, compondo automotivo, máquinas e equipamentos, é importante." Cenário oposto ao dos últimos meses, com alta de importados concorrendo com o nicho nacional, que acabou prejudicado na briga.

O diretor do Ciesp (Centro das Indústrias de São Paulo), de Santo André, Shotoku Yamamoto, acrescentou que, como não houve feriados no mês, a produção se intensificou em fevereiro, na indústria. Um complicador para o nicho e por tabela para o emprego seria os esforços da União para segurar a economia. Mas o diretor reiterou que a política está "saindo pela culatra". Há crédito em elevação no mercado e agora o objetivo é tomar mais medidas para solidificar o pacote contra a subida de preços.

"Acredito que com construção civil aquecida e obras da Olimpíada o bom momento deve se manter", disse Yamamoto. Tal desenho irá reforçar uma manutenção nas taxas de ocupação e desemprego, mesmo que de forma mais tímida do que em 2010.