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Funcionários da Volks entram em greve
Letícia Macedo
Do Diário OnLine
12/11/2001 | 15:27
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Os 16 mil funcionários da Volkswagen da unidade Anchieta, em São Bernardo, decidiram, em assembléia realizada na manhã desta segunda-feira, entrar em greve por tempo indeterminado em protesto contra a demissão de 3 mil metalúrgicos.

Os funcionários entraram na fábrica logo depois da assembléia e só começaram a deixar as instalações por volta das 15h, horário em que normalmente acontece a troca de turnos. Os funcionários que trabalham no turno da noite não vão entrar na empresa nesta segunda.

Os metalúrgicos estão decididos a só retomar o trabalho depois que as demissões forem revistas. No final de semana, representantes da empresa e sindicato estiveram reunidos para tentar negociar um acordo. O presidente dos Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, admite que houve avanço nas negociações, porém não quis entrar em detalhes. A Volks propôs a revisão de 1500 dispensas, o que não foi aceito pelo sindicato.

Marinho não descarta a possibilidade da greve ser longa e se arrastar até o próximo mês. Outra possibilidade é de que o presidente do Sindicato viaje até a sede da montadora, na Alemanha, para negociar. Seria uma possibilidade de “quebrar algumas intrasigências” da diretoria da montadora no Brasil, de acordo com líder do sindicato. “Vamos tentar agora falar com o chefe do chefe.”

Em princípio, a Volks propôs a demissão de mil funcionários por ano e pagamento de salários 30% menores para os novos contratados. Como a proposta que previa também a redução de 15% na jornada de trabalho e nos salários não foi aceita, a empresa decidiu enviar o aviso de demissão para 3 mil funcionários.

Pacífico- Marinho pediu aos trabalhadores para que façam uma manifestação pacífica. O sindicalista teme que a montadora tenha colocado pessoas infiltradas entre os trabalhadores para depredar a fábrica.

'Não vamos pisar em uma única flor do jardim da Volkswagen. Se algum trabalhador pegar alguém riscando carro ou depredando o patrimônio da empresa, deverá comunicar o sindicato para que tomemos as devidas providências', disse o sindicalista.

A empresa teria retirado os carros dos pátios para evitar que, em caso de algum protesto, a produção fosse comprometida.

A Volkswagen não vai pronunciar sobre as negociações salariais e o prejuízo com a paralisação nesta segunda-feira.




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