Diarinho Titulo Dia Mundial da Água
Reutilizar para não faltar

Crianças dão dicas de como poupar recurso, para que as torneiras nunca fiquem secas

Renan Soares
Especial para o Diário
20/03/2022 | 10:10
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André Henriques/DGABC


Cerca de 70% da superfície do nosso planeta, a Terra, são cobertos por água, mas aquela que podemos beber, a água doce, não chega nem a 2,5%. Por isso, é necessário poupar para que não falte. E o Dia Mundial da Água, celebrado todo ano em 22 de março, serve para alertar sobre a importância deste recurso fundamental para a existência humana.

Para que todos possam participar do esforço coletivo para que as torneiras nunca fiquem secas, existem algumas medidas simples. Exemplos? Demorar menos no banho. Desligar a torneira enquanto escova os dentes. E algumas um pouquinho mais complexas, como a de captar a água da chuva para usá-la nas tarefas domésticas.

Amanda Tinoco, 11 anos, moradora de Santo André, tem uma cisterna em casa. "Acho que o sistema de reutilização da água aqui em casa é importante para o meio ambiente porque se toda hora for ficar lavando a garagem, ou a casa, a água do mundo vai acabar", alerta ela, que se refere ao equipamento como "bombona".

A cisterna capta a água da chuva. Após cair no telhado, passa por um filtro de purificação e é, então, armazenada em um recipiente com capacidade para 250 litros. Do reservatório, é retirada com a ajuda de uma mangueira para, então, regar plantas, limpar o quintal e abastecer a máquina na lavagem de panos e tapetes. (Confira abaixo como funciona o sistema)

O irmão de Amanda, Davi Tinoco, 6, reforça a importância do sistema que tem em casa. "A ''bombona'' pega a água da chuva e dá para usarmos como se fosse a do rio. Quando chove, entra água nela, passa pelo cano e leva para uma mangueira, que a gente usa", conta o garoto, que ainda ensina como fazer um sistema parecido em casa. "É só pôr um pote em um lugar sem teto e, quando chover, a gente (pega e) usa a água da chuva."

Professora nos cursos de medicina e biomedicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Marcondes define a água como "várias gotinhas que se unem e formam tudo que a gente tem". "Essas gotinhas precisam de cuidado. Essas gotinhas são amigas nossas. Não podemos sujálas, senão elas irão sofrer demais. Precisamos ter cuidado e carinho com a água, como se ela fosse um parente querido", compara.

A água da chuva, captada por cisternas iguais à dos irmãos Amanda e Davi, é a ideal para lavar a calçada ou o carro ou regar plantas. Além de ser de graça, seu uso permite poupar a que sai da torneira e precisou passar por complicados processos de captação, tratamento e distribuição.

"É fazer a cisterna para poder coletar a água da chuva e evitar de usar aquela que foi tratada e clorada para serviços que não requerem água tratada, porque é uma coisa bem custosa", complementa Marta.

Antes de chegar às torneiras, a água percorre longo caminho. Captada em rios, represas ou depósitos subterrâneos, chamados de lençóis freáticos, ela é encaminhada às estações de tratamento. Ali, é misturada a compostos químicos que ajudam na remoção de poluentes e, na sequência, passa por filtros de carvão, areia e rochas para ficar limpa das impurezas menores.

Só então é distribuída às casas das pessoas e empresas, de onde sai das torneiras, chuveiros e privadas. Imagine percorrer um caminho tão longo para ser utilizada em tarefas que podem ser realizadas com a água que cai do céu? 




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