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Vem aí o computador de vestir
Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
09/09/2002 | 18:52
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A migração do computador e de seus acessórios das mesas dos escritórios para as roupas já deixou de ser uma obra de ficção científica. Esse tipo de equipamento deverá conquistar cada vez mais adeptos nos próximos anos. De acordo com um estudo de marketing da Venture Development Corporation (VDC), o mercado para o chamado computador de vestir (do inglês, wearable computer ou wearable PC) – que, em 2001, movimentou aproximadamente US$ 70 milhões em todo o mundo – deverá se expandir e atingir US$ 563 milhões em 2006.

A pesquisa obteve um retorno positivo em um universo de quase 500 entrevistados, que declararam a possibilidade da adoção, no curto prazo, destes produtos.

O analista Tim Shea é ainda mais otimista sobre o futuro do wearable PC. Para ele, o potencial do mercado de computadores de vestir é bastante significativo e pode chegar a US$ 1,3 bilhão em 2006, se algumas melhorias forem realizadas nos dispositivos, como tornar comercialmente viável a tecnologia do tecido inteligente.

Um dos principais benefícios relacionados aos computadores de vestir, e a outros dispositivos similares, é a possibilidade da operação com as mãos livres – com o uso, por exemplo, de softwares de reconhecimento de voz. Existe a expectativa de que o crescimento da demanda por este tipo de equipamento consiga conquistar usuários de mercados emergentes e também profissionais inseridos nas áreas de educação e medicina.

Desde pequenos fornecedores até grandes empresas da área de computação deverão oferecer e desenvolver computadores de vestir. Hewlett-Packard, Psion Teklogix, ViA, Voxware e Panasonic prometem investir neste mercado.

Nos Estados Unidos e na Asia, algumas companhias começam a oferecer telefones celulares para serem usados em volta do pescoço, como se fossem uma jóia. A Sony comercializa um câmera digital de vestir, de tamanho um pouco menor do que um cartão de crédito. Além disso, a Fossil, empresa de relógios, também criou um dispositivo de pulso que possibilita a troca de informações com handhelds via dispositivo infravermelho.

O fabricante de processadores Infineon desenvolveu uma tecnologia que permite que circuitos elétricos sejam entrelaçados em tecidos normais, que podem ser normalmente lavados e até permitem limpeza a seco. Além disso, a empresa criou um protótipo de jaqueta dotada de um tocador de MP3 embutido, que a Infineon espera oferecer comercialmente dentro de aproximadamente dois anos.

A VDC também identificou os fatores principais de demanda dos computadores de vestir. Um deles seria oferecer produtos que possibilitem custos mais competitivos e um nível aprimorado de serviços para o mercado consumidor.

A empresa também detectou na pesquisa os tipos de computador de vestir que mais irão se desenvolver no futuro. Segundo a VDC, os modelos com maior potencial trazem acesso à Internet e também funcionam como PDA (Personal Digital Assistant). Também existe a expectativa de crescimento de equipamentos com capacidade multifuncional e que ofereçam planilha eletrônica e processador de textos, entre outros softwares.

Outras companhias do segmento de tecnologia também realizam pesquisas com dispositivos e computadores de vestir. É o caso da IBM, que desenvolve protótipos desse tipo de equipamento no seu centro de pesquisas para computadores; e a Orang-Otang Computadores, que patenteou invenções como um gravador de áudio para usar no pulso e um laptop e uma câmera de vestir, além de um telefone que se encaixa debaixo da manga da camisa.




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