O Mercosul, a CAN (Comunidade Andina de Nações) e a América Central conseguiram arrancar esta semana da UE (União Européia) compromissos para avançar nas negociações de tratados de livre comércio, um objetivo que buscavam há muito tempo e que poderá estar definitivamente engatilhado em 2006.
Neste sentido, a XII reunião ministerial UE-Grupo do Rio, que foi realizada entre quinta e sexta-feira passados em Luxemburgo, serviu, através do diálogo político, para relançar as negociações no caso do Mercosul ou mostrar a maturação de certos processos como o da CAN e da América Central.
"Há boas perspectivas... espero que de hoje à cúpula da UE-América Latina, que será celebrada em Viena em maio do próximo ano, se possa avançar seriamente", resumiu o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Angel Moratinos, presente na série de encontros entre os diferentes blocos.
A novidade mais importante foi sem dúvida o acordo obtido pela União Européia e o Mercosul para realizar uma reunião ministerial em julho próximo e que significará o relançamento de diálogos entre ambas as partes, bloqueados desde outubro passado.
O acordo foi obtido em um jantar entre chanceleres do Mercosul, o representante de Luxemburgo Jean Asselborn, cujo país exerce a Presidência da UE, e a comissária européia das Relações Exteriores, Benita Ferrero Waldner.
"Preparamos uma reunião ministerial entre quatro ministros e três comissários e estamos buscando uma data até o fim de julho", frisou Ferrero Waldner, em referência ao encontro que reunirá a própria comissária das Relações Exteriores, seus colegas do Comércio (Peter Mandelson) e da Agricultura (Marianne Fischer Boel) e os chanceleres do Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai.
As negociações entre o Mercosul e a UE ficaram bloqueadas já que as duas partes não puderam encontrar uma saída para a reclamação de maior abertura dos serviços e das indústrias dos países sul-americanos feitas pelos europeus e também pelo maior acesso exigido pelo Mercosul para seus produtos agrícolas na Europa.
Mas, no entanto, houve avanços para todos os blocos latino-americanos, que tentam seguir os passos do Chile e do México, os únicos dois países da região que já tem acordos de associação com a União Européia.
A Comunidade Andina, que se encontra em fase de avaliação prévia à abertura de negociações com os europeus, saiu de Luxemburgo com declarações promissoras. Segundo estas, seu processo poderá ser lançado até a cúpula América Latina-UE de Viena ou mesmo antes.
Da mesma forma, os países da América Central obtiveram progressos, após apresentar na quinta-feira à UE um 'otimista' relatório sobre seu processo de integração.
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