Para aproveitar o público carente que sonhava em ter o Honda Civic Si na garagem (modelo extinto na atual geração do sedã) a Toyota resolveu se mexer lançando o Corolla XRS no mercado brasileiro.

Logo de cara o apelo esportivo é notado no três-volumes. Além da nova grade dianteira com moldura mais larga e único filete central (na versão convencional, são dois) e dos faróis com máscara negra, o para-choque redesenhado (com spoilers) e as rodas em liga leve de 16 polegadas com acabamento em tom grafite dão o toque final ao sedã médio. O aerofólio traseiro - que abriga a luz de freio - também faz parte do pacote. Acoplado à tampa do porta-malas (de 470 litros) vai a inscrição XRS, com letras pintadas em vermelho.

Há quem diga que, mesmo com essa roupagem, o modelo continua com cara de tiozão, mas o fato é que o Corolla XRS chama a atenção nas ruas - principalmente quando traja o tom negro da unidade cedida para teste do Diário. No portfólio, apenas as cores preta e prata. De fato, um azul chamativo ou mesmo uma cor vermelha lhe cairiam muito bem.

CÂMBIO

Outro apelo esportivo ausente no modelo é a opção de câmbio manual, afinal, esse tipo de público prefere mesmo cambiar o carro. Porém, vale dizer que a transmissão automática de quatro velocidades realiza bom trabalho, com trocas suaves e inteligentes. Mérito da tecnologia Shiftronic, com Super ECT (Eletronic Control Transmission) que analisa as condições de uso do veículo e seleciona a marcha mais adequada, evitando mudanças desnecessárias. A opção de trocas sequenciais na alavanca ou mesmo pelas aletas atrás do volante dá uma pitada a mais de ousadia ao Corolla XRS.

Sob o capô dianteiro, o motor é o mesmo 2.0 16V Dual VVT-i Flex da versão XEi, da qual o modelo é derivado. Com bloco e cárter de alumínio, sua potência é de 142 cv com gasolina e 153 cv quando a opção for pelo etanol. O torque é de, respectivamente, 19,8 mkgf a 4.000 rpm e 20,7 mkgf a 4.800 rotações.

As respostas são bastante rápidas quando solicitadas pelo pé direito do motorista. Não chega a ser um típico esportivo, mas empolga. De acordo com a marca, o zero a 100 km/h é feito em até 11,6 segundos - quando bebe o derivado da cana-de-açúcar.

No tanque, vão até 60 litros de combustível, o que resulta em mais autonomia. Segundo o computador de bordo, o modelo fez média de 8,2 km/l durante os dias de avaliação, exatamente o consumo divulgado pela marca. Abastecido com etanol, o rendimento desce para 6,2 km/l (consumo urbano).

Modelo baixou para R$ 73,9 mil

Na época do lançamento (em meados de março) o interessado pelo Corolla XRS precisava desembolsar R$ 79,5 mil. Mas desde o dia 23, o modelo teve redução de 7% no preço final, graças à medida do governo, que baixou a alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A montadora vende o sedã por R$ 73,9 mil.

POR DENTRO

Quando visto pelo lado de dentro, o Corolla XRS surpreende um pouco mais pela esportividade. Os bancos são revestidos em couro (negro) e costurados com linhas vermelhas, tom também presente no logo ‘Corolla', que fica nos tapetes (exclusivos) da versão.

O volante multifuncional (que traz comandos do sistema de som e do computador de bordo) continua com boa pegada, mas agora tem base reta.

No mais, fazem parte da lista do três-volumes, direção elétrica, ar-condicionado automático e digital com filtro de poeira, travas, espelhos retrovisores externos e vidros elétricos (com acionamento por um toque nas quatro portas), volante com regulagem de altura e profundidade, controlador de velocidade, computador de bordo com cinco funções (relógio, temperatura externa, consumo instantâneo, consumo médio, velocidade média e autonomia), CD Player com MP3, entrada USB, iPod e bluetooth. Os retrovisores externos acoplam luzes repetidoras das setas e são rebatíveis eletricamente.

Para a segurança, air bag duplo frontal e lateral, freios antitravamento e acendimento automático dos faróis.