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Vendas porta-a-porta crescem 16%
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
06/09/2006 | 23:06
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As vendas diretas, aquelas realizadas por um vendedor que vai até a casa do cliente, cresceram 16% no primeiro semestre deste ano em comparação aos seis primeiros meses de 2005. Este mercado movimentou R$ 6,4 bilhões de janeiro a junho de 2006 e movimentou um volume 10% maior de mercadorias no mesmo período.

Os dados são da Abevd (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas) e se for levada em consideração a inflação do período, o crescimento real é de 11%. Foram comercializados 564 milhões de unidades, dos quais 95% são do setor de cosméticos. Porém, no primeiro semestre de 2005, o incremento registrado foi de 22%.

Segundo o presidente da entidade, Rodolfo Guttilla, os resultados mostram que as pessoas consumiram mais produtos, mas de menor valor. “Houve fatores sazonais que disputaram a atenção do consumidor, como a Copa do Mundo. Porém, não achamos que seja algo que nos preocupe”, afirma.

Para Guttilla, o índice atual é consistente com os últimos resultados em que o segmento vem apresentando incremento na casa de dois dígitos desde 2002. O número de revendedores também reflete a evolução das vendas diretas, que obteve aumento de 2,2% e hoje passa dos 1,5 milhão de pessoas.

O presidente acredita que ainda há muito mercado para crescer, pois o Brasil é o quinto em vendas diretas. “Menos de 10% da população compra maquiagem. Porém, a cada dez batons ou cremes faciais, sete são vendidos por esse canal”, conta.

A gerente de Marketing da Pierre Alexander, Cláudia Longo, de Diadema, o aumento é grande junto com a ampliação dos revendedores. “No primeiro trimestre deste ano tivemos um crescimento em vendas de 10%. Também ganhamos 3 mil novos consultores, além de lançarmos mais de 100 produtos novos. É um mercado promissor porque comporta tanto investimento quanto novos consumidores”, afirma. A empresa fabricante de cosméticos e maquiagem tem 33 mil representantes ativos atualmente.

Para a gerente, no Grande ABC há a vantagem das pessoas serem mais próximas. “A venda direta é também feita através de relacionamento. Na região, a grande maioria da população mora em casa, conhece seus vizinhos, diferente das grandes cidades”, explica.

Rendimento – Dos 1,5 milhão de revendedores no mercado de venda direta no país, 30% deles vive com a renda obtida através desse segmento. Para a moradora de São Bernardo, Julia Vieira Gonçalves, as vendas de cosméticos cresceram 15% no início do ano e essa atividade ajuda a garantir o sustento da casa.

Júlia é revendedora Avon há 46 anos e já ganhou diversos prêmios em reconhecimento ao seu trabalho. “Comecei ajudando a minha mãe e hoje minha filha está comigo nas vendas e meu marido faz a contabilidade”, conta. “Se não fosse a venda direta não conseguiria pagar as contas com o salário de aposentado do meu marido”, diz.

Já para a esteticista, pedagoga e diretora sênior de vendas independentes da empresa de cosméticos e maquiagem Mary Kay, Sônia Maria Coelho, que trabalha em São Caetano, as vendas diretas cresceram 20% apenas no último mês. “É excelente esse mercado e minha equipe aumentou muito. O trabalho no Grande ABC é muito bom”, afirma. “Hoje essa é minha principal fonte de renda”, completa.




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