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Prysmian lança inédito caminhão-laboratório
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/07/2006 | 08:23
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Uma tecnologia inédita na América Latina, que permitirá o teste e diagnóstico de linhas subterrâneas de transmissão e distribuição de energia elétrica de alta e média tensão, acaba de chegar ao mercado. O sistema, que demandou R$ 3 milhões de investimentos, foi lançado pela Prysmian (antiga Pirelli Cabos), com sede em Santo André.

Trata-se de um laboratório móvel equipado com um transformador que é montado sobre um caminhão semi-reboque especial com capacidade para testar cabos de até 400 kV em tensão alternada. O equipamento permite a prestação de dois tipos de serviços: testar linhas novas para assegurar a autenticidade dos cabos após a instalação em sistemas elétricos e a análise de linhas existentes. Em ambos os casos, por ser uma fonte de tensão elétrica independente, não oferece riscos para o sistema elétrico nacional.

“A Prysmian é hoje a única empresa do setor de energia na América Latina a oferece esse serviço móvel aos clientes”, disse o presidente da companhia, Armando Comparato. Ele explica que normalmente as fábricas possuem laboratórios com grandes transformadores, em que possível testar os cabos. No entanto, quando a rede vai para a obra não há como fazer avaliações, a não ser que se use corrente contínua – os fios de alta tensão tem corrente alternada. “Os testes não reproduziam a realidade”, disse o executivo.

A nova tecnologia foi uma forma encontrada para atender os clientes, já que uma lei federal recentemente aprovada passou a exigir que a avaliação fosse em corrente alternada. Comparato afirma que o diagnóstico das redes subterrâneas permite se avaliar, por exemplo, a deterioração dos cabos e quanto tempo falta para o final de sua vida útil, para uma manutenção preventiva. “Poderia evitar por exemplo o que ocorreu no bairro do Queens, de Nova York, em que 200 mil pessoas ficaram no escuro”, afirma Comparato.

Mercado – O potencial em termos de mercado é grande, segundo o executivo. Ele explica que os cabos subterrâneos têm vida útil de 10 a 50 anos e muitos, atualmente em uso no país, já estão próximos do prazo final. Na Grande São Paulo, estima-se que há 5 mil km de fios de alta tensão em operação.

Para as concessionárias de energia pode ser bastante útil saber como estão os cabos, para se programar, de forma a melhorar a gestão e a confiabilidade. Os primeiros ensaios já foram realizados neste mês de julho, em São Paulo, nas instalações da Eletropaulo.

Também foram avaliados os cabos da subestação da linha Brás-Paula Souza, recém concluída, utilizando-se pela primeira vez no Brasil testes de alta tensão em corrente altenada em uma linha subterrânea longa.

E já há outros ensaios agendados em diversos pontos do país e na Argentina, onde grande parte da rede é subterrânea. “Até o final do ano, testaremos as redes da Eletrosul, em Florianópolis, da Alunorte, no Pará, da CEB (Companhia Energética de Brasília), DF, e da Edenor, responsável pela distribuição de eletricidade de Buenos Aires”, afirma Comparato.




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