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Ex-tesoureiro confirma existência de 'caixa dois' no PT
Do Diário OnLine
16/07/2005 | 21:21
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O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares confirmou neste sábado a existência de um 'caixa dois' no partido. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o dirigente petista admite que a legenda se beneficiou com empréstimos não declarados de R$ 39 milhões feitos pelo empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do 'mensalão'.

Delúbio explicou que os empréstimos começaram a ser tomados no início de 2003, para o pagamento de contas de campanhas estaduais e municipais de 2002 — o ex-tesoureiro faz questão de salientar que o dinheiro não foi usado no pagamento de contas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Depois, o dirigente disse que passou a buscar dinheiro com Valério para financiar as campanhas de 2004 de petistas e de partidos aliados. "As campanhas eleitorais no Brasil tem recursos não contabilizados. Acredito que as campanhas de todos os partidos", justificou.

Contradição- Delúbio caiu em contradição ao tentar inocentar outros dirigentes petistas, dizendo em um trecho da entrevista que José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil), José Genoino (ex-presidente do PT) e Lula não sabiam do caixa dois. Ele acabou voltando atrás e afirmou que "a direção anterior do PT", então presidida por Genoino, sabia que o partido estava recorrendo a contribuições não declaradas para saldar dívidas.

Apesar da declaração, Delúbio tentou assumir toda a culpa pelas irregularidades dizendo que o esquema com Valério se tratava de sua "exclusiva responsabilidade". Ele salientou que o PT vai fazer uma retificação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tornando oficiais as doações do empresário.

Sobre o 'mensalão', o ex-tesoureiro foi enfático: "Essa história de mensalão não é verdadeira. É mentira". "O PT não compra voto", garantiu.

Interesses- O dirigente petista afirmou que o empresário Marcos Valério emprestou R$ 39 milhões ao PT porque queria ser publicitário do partido, ampliando a atuação de suas agências de publicidade nas campanhas eleitorais.

Delúbio destacou que o dinheiro que chegou ao PT não era ilegal, era "dinheiro de empréstimo". O partido ainda não quitou nenhuma parcela da dívida com Valério.




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