O São Paulo desabou no frio Morumbi, ontem à tarde, diante do Santos, no fim de uma invencibilidade de dez jogos (todos com vitória) em seu estádio. Ainda que tenha atuado com uma equipe reserva por causa da semifinal da Copa Libertadores da América, contra o Chivas, quarta-feira, a derrota por 4 a 0 para o Santos pode ter influência no futuro da equipe. Afinal, não é comum que um time como o São Paulo sofra quatro gols, apesar da manutenção da liderança. Ao Santos, a subida para 24 pontos pode significar a arrancada até mesmo para a disputa do título.

O que o São Paulo não conseguiu fazer em 40 minutos, enquanto foi superior no clássico, o Santos alcançou em apenas três minutos, dos 41 aos 44. Os dois gols, em tão pouco tempo, revelaram a praticidade santista diante do baixo aproveitamento do São Paulo nas finalizações, o que explica a contagem do primeiro tempo. Enquanto o jogo seguia sem gols, o São Paulo revelava mais eficiência na marcação de meio-campo e na saída para o ataque. Tanto que, aos nove minutos, em chute da meia-esquerda, Lenílson acertou a trave esquerda.

O Santos não conseguia saídas laterais, com os alas Dênis e Kléber e, no meio-campo, Tabata sofria marcação intensa de Ramalho e, eventualmente, de Richarlyson, o que diminuia o poder de articulação e retardava as jogadas para os atacantes Reinaldo e Fabiano.

O São Paulo ainda teve a oportunidade de abrir a contagem, aos 38 minutos, no chute de Thiago, que Fábio Costa defendeu parcialmente. Três minutos depois, o Santos acabou com a resistência contrária: numa das poucas desatenções defensivas do São Paulo, Dênis cruzou da direita, ao aproveitar o descuido de Lúcio, e Fabiano completou para o gol.

A desvantagem abalou o São Paulo que, aos 44, sofreu o segundo gol, na falha de Alex Silva, após lançamento em profundidade para Kléber. O ala avançou livre da marcação e passou a Fabiano, que novamente completou.

Goleada – No segundo tempo, o Santos precisou de apenas nove minutos para consolidar a vitória. No levantamento de Tabata, pela esquerda, Dênis surgiu por trás da zaga para completar no canto direito de Rogério Ceni. Melhor na marcação e nas saídas velozes ao ataque, sobretudo com Kléber já na função de armador, o Santos se valia do senso de colocação do volante Maldonado que, aos 26, por duas vezes, evitou o gol são-paulino. A goleada foi decretada aos 27 minutos, no contra-ataque aproveitado por Reinaldo, pela direita, que cruzou para Rodrigo Tiuí, mesmo atrapalhado no primeiro momento, fazer o quarto gol. O São Paulo ainda perdeu o zagueiro Alex, expulso, numa tarde que a torcida e jogadores definitivamente querem esquecer para não comprometer a participação na Libertadores.