Comissão de inquérito na Câmara Municipal deve enviar ofício ao prefeito Marcelo Oliveira (PT) para questionar contradição em documentos
A CEI (Comissão Especial de Inquérito) da Câmara de Mauá, que investiga o transporte de ônibus fornecido pela suzantur na cidade, irá questionar o prefeito Marcelo Oliveira (PT) a respeito de divergência de dados.
O Legislativo obteve documentos nos quais a empresa informa que, durante a pandemia, a frota operacional totalizou 98 veículos. Contudo, a Prefeitura, em resposta encaminhada ao requerimento número 1.710/2021, informou que houve a disponibilização de 158 veículos em sua frota operacional na crise sanitária.
Há também divergência na quantidade de ônibus ofertados à população antes da pandemia. O Paço informou que havia 186 veículos na frota operacional. Já a empresa afirma que havia 226 carros.
A comissão foi criada em fevereiro do ano passado para apurar o remanejamento de ônibus em Mauá para o sistema de transporte de outras cidades da região, como Diadema e Ribeirão Pires. Segundo o presidente da comissão, Mazinho (Patriota), mais de 3.800 páginas de documentos já teriam sido obtidas desde então.
O parlamentar afirma ser defensor da concorrência do transporte público e diz que a comissão irá enviar ofício ao gabinete do prefeito para questionar a diferença entre os números. "As informações prestadas pela empresa divergem daquelas da Prefeitura e o questionamento necessário será feito. Basta o Poder Executivo esclarecer quem está falando a verdade", criticou.
Questionada pelo Diário sobre o assunto, a Prefeitura de Mauá apenas respondeu em nota que "a comissão especial apura fatos referentes à gestão do ex-prefeito Atila Jacomussi (Solidariedade)".
A equipe de reportagem do Diário identificou o início do deslocamento dos ônibus em setembro de 2020, na gestão municipal anterior. Contudo, os dados divergentes foram apresentados pela gestão de Marcelo Oliveira (PT) em dezembro de 2021. Tratou-se de uma resposta ao ofício feito pelo vereador Sargento Simões (Podemos).
O parlamentar de oposição segue o discurso de Mazinho e pede pela concorrência na prestação do serviço de transporte em Mauá. Afirma que irá apresentar outro ofício ao Paço no dia 1º nesse sentido. "Estou apresentando requerimento na terçafeira para estudo de viabilidade de mais empresas atenderem à cidade ao invés de continuar esse monopólio mentiroso e cruel. A concorrência estimula uma prestação de serviço melhor", defendeu Simões.
NAS RUAS
Em fevereiro do ano passado, a 5ª Vara Cível de Mauá determinou que a suzantur colocasse toda a sua frota de ônibus em operação na cidade. A empresa havia ingressado com ação na Justiça para que não fosse obrigada a cumprir ofício da gestão Atila Jacomussi, que pediu pela totalidade dos veículos.
O vereador da base Geovane Corrêa (PT) defende a eficácia da gestão municipal atual ao fiscalizar a quantidade de ônibus nas ruas mauaenses. "Não sei dizer o porquê desse número da frota que a suzantur mencionou. A Prefeitura fiscaliza e acompanha. A própria suzantur foi obrigada pela Justiça que rodasse com 100% da frota na cidade", lembrou.
O Diário não havia conseguido um posicionamento da empresa sobre o assunto até o fechamento desta edição.
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