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Material escolar tem alta de até 70% nas lojas do Grande ABC

Como alternativa aos preços altos, pais reciclam o que sobrou do ano passado; Procon-SP indica pesquisar antes de definir a compra

Beatriz Mirelle
Especial para o Diário
27/01/2022 | 08:30
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Claudinei Plaza/DGABC


O material escolar é uma das preocupações dos pais no início do ano. Comerciantes do Grande ABC dizem que o preço dos itens subiram entre 50% e 70%. Para economizar, muitos reciclam o que sobrou do ano passado. O Procon-SP (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) indica a pesquisa em mais de uma loja antes de definir a compra.

Adilson Sabatini, proprietário da Papelaria Queiroz, em Santo André, diz que os materiais derivados de plástico foram os que mais subiram, com elevação dos preços entre 50% e 70% em comparação ao início de 2021. No último ano, a inflação oficial foi de 10,06%.

Entre as opções para economizar, a mais escolhida é reaproveitar os materiais que já tem em casa. A organizadora de casamentos Cibele Sanches, 45 anos, optou por comprar apenas o básico para o filho, que está no 1º ano do ensino médio. Mesmo assim, há itens que são indispensáveis. "Percebi que os cadernos estão, pelo menos, R$ 5 mais caros em comparação ao começo de 2020. Como ele é bolsista em uma escola particular, não vou gastar com livros e uniformes. Senão, o gasto seria bem maior", afirma.

O tempo também é um empecilho durante as compras. "Não fiz pesquisa em outras lojas. Com a correria do dia a dia, não posso comparar com outros lugares", diz a farmacêutica Eliane Almeida, 43. Mãe de duas filhas, uma de 6 e outra de 11 anos, ela percebeu que o aumento dos preços dos estojos foi o mais expressivo. "Minha filha mais velha escolheu um mais caro por causa dos enfeites. Já combinei com ela que os outros itens serão mais baratos. Estou comparando as marcas para ver qual vale mais a pena."

Eliane fez exatamente o contrário do que indica o Procon-SP. "É provável que em estabelecimentos diferentes haja valores discrepantes. Um fator importante para isso é a localização da loja. Os preços podem variar de acordo com o bairro", afirma Fabia Puglisi, assessora chefe do Procon-SP.

Patricia Koch, 43, estima que os gastos apenas com produtos essenciais ainda serão altos. Desempregada e com filhos de 10 e 14 anos, ela decidiu comprar só o que será usado nas primeiras semanas de aula. "Algumas coisas não são de uso imediato. Então, comprarei apenas quando solicitarem." Para ela, o momento de economizar é na papelaria, já que os livros didáticos são obrigatórios. "Troco alguns materiais com outras mães, mas não é tudo que conseguimos compartilhar. Os livros do 5º e 9º anos dão mais de R$ 5.000."

O Procon-SP recomenda que o consumidor consulte se o estabelecimento utiliza descontos diferentes de acordo com a forma de pagamento (dinheiro, cartões de débito ou crédito etc.). Fabia reforça que as escolas não podem exigir materiais de uso coletivo, como produtos de limpeza. "Se os pais encontrarem itens como detergente, papel higiênico, eles não são obrigados a comprar, de acordo com a lei número 12.886, de 2013" 




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