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Marinho é recebido por empresários
Eduardo Merli
Do Diário do Grande ABC
23/10/2002 | 22:57
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O candidato a vice-governador na chapa de José Genoíno (PT), Luiz Marinho, teve um encontro nesta quarta pela manhã, na Strong (Escola Superior de Administração e Gestão), em Santo André, com empresários e representantes de sindicatos patronais ligados aos setores alimentício, industrial, comércio e hospedagem do Grande ABC, que representam mais de 20 mil empresas – entre micros, pequenas e médias – na região. Marinho apresentou as propostas da Frente PT-PC do B e foi aplaudido pelos cerca de 350 presentes, dos quais muitos manifestaram abertamente o seu apoio a Genoíno no 2º turno.

O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, disse que ter Marinho como candidato a vice é “a possibilidade que o Grande ABC tem de eleger um vice no governo que cuidará bem da região”, e justificou. “Devemos pensar onde trabalhamos e crescemos no próximo domingo”. O presidente da Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação), Wilson Bianchi, destacou que os sindicatos nunca se envolveram com “tamanha veemência” na política como agora porque passam por dificuldades. “Não aguentamos mais falar, tentar sobreviver todos os dias. Grande parcela deste sofrimento é culpa do governo. Se eles nos chamassem para ajudar, com certeza nós melhoraríamos esta situação.”

Os cinco prefeitos do PT da região – João Avamileno (Santo André), José de Filippi Júnior (Diadema), Oswaldo Dias (Mauá), Ramón Velasquez (Rio Grande da Serra) e Maria Inês Pereira (Ribeirão Pires) – e alguns deputados eleitos do partido na região acompanharam também a explanação de Marinho na Strong. O sindicalista defendeu que o atual governo nunca teve um olhar para o Grande ABC porque “acha que a região é auto-suficiente”. Também disse que São Paulo empobrece a cada dia – “Já fomos 37% na participação do PIB brasileiro, este ano vamos fechar de 32 a 33%” – e ressaltou o déficit na balança comercial do Estado – “No ano de 2001, São Paulo fechou em déficit de 4 bilhões e meio (na realidade, fechou em 4,1 bilhões). Este é o Estado empreendedor do Alckmin?”, indagou.

Marinho defendeu que para melhorar a produção do estado é necessário incentivar as empresas e lojas de comércio produtivas, assim como a agricultura que gera e emprega. O candidato destacou como medidas diretas para o desenvolvimento: a redução do ICMS, em média (há diferenças entre setores) de 18% para 14% ou menos, para as empresas que assumirem o compromisso de contratação de funcionários; a ampliação da importância da Nossa Caixa para prestar mais linhas de créditos à micro e pequena empresa; e uma negociação para exigir melhores e mais recursos do BNDES no apoio à indústria e comércio. “Hoje o crédito do BNDES é muito burocratizado, há exigências e demora demais para garantir a verba”. O político ainda defendeu a reforma tributária e a criação de agências regionais de desenvolvimento específicas de cada região.

O presidente do Sincomércio, José Carlos Buchala Moreira, disse que as propostas de Marinho foram bem aceitas na região porque incentiva a produção e não a especulação, mas disse que as questões sobre o ICMS precisam ser analisadas quanto à sua viabilização. Com 33 mil micro e pequenas empresas cadastradas, Moreira disse que o Sindicomércio registrou recentemente que apenas 27 mil destas instalações estão abertas. Wilson Bianchi, do Sehal, acredita que a agência regional e a redução de impostos ajudará de imediato o setor.

O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Wilson Ambrósio, elogiou o evento. “Ao ouvir as propostas dos dois lados (o candidato à reeleição Geraldo Alckmin esteve no local no primeiro turno), pode-se tirar boas conclusões. Um evento como esse contribuiu para democracia.”




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