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Munido apenas do violão, Reis abriu a apresentação. Cantou cinco composições suas, entre as quais O Segundo Sol (mais conhecida na interpretação de Cássia Eller), Cegos do Castelo (do repertório dos Titãs) e Me Diga (do seu primeiro disco solo, 12 de Janeiro). Antes de entregar o palco para Paez, disse sentir-se “ligado à intensidade emocional” da música do colega. “É parecida com a minha”.
Com uma banda formada por um tecladista, dois guitarristas, um baterista e um baixista, Paez (também tecladista) mostrou um rock honesto, às vezes mais furioso, às vezes mais calmo – mas sempre com energia. No primeiro terço do show, quando já tinha a platéia na mão, citou Walk on the Wild Side, de Lou Reed, provando que o rock é mesmo sua praia.
Juntos, o brasileiro e o argentino tocaram apenas uma música: Dentro do Mesmo Time, do CD A Letra A, de Reis, lançado neste ano. Para o brasileiro, a integração cultural entre a América Latina (mote da Mostra Sesc de Artes – Latinidades) tem como principal barreira a língua. “Não sei de onde se originou uma certa implicância (que gerou grande rivalidade, escancarada, por exemplo, no futebol). Conhecemos melhor o rock inglês que o argentino”, diz.
Vez por outra Paez inseria na apresentação, por meio dos teclados, acordes típicos do tango, gênero que colocou a Argentina no mapa-múndi musical – como em Giros, faixa-título do segundo LP, de 1985. Não faltaram algumas baladas e variados efeitos de luz, sempre presentes em shows de rock.
Em Circo Beat, faixa-título do CD de 1994, o argentino trocou o teclado pela guitarra. A letra da música revela a preocupação social existente no trabalho de Paez. “Psicodélica star de la mística de los pobres/de misterio, de amor, de dinero y soledad.../yo no vine hasta acá a ayudarte buscando cobre/mi pasado es real y el futuro libertad”, escreveu.
Boa parte do público acompanhou as letras de 11 y 6, que fala sobre um casal de meninos de rua. E também de Mariposa Tecknicolor, sobre um amor (“E levo a luz do trem do meu destino errante/E levo teus sapatos nos meus pés/Hoje eu volto pra te ver”, na versão de Herbert Vianna). No bis, Paez cantou em português Samurai, de Djavan.
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