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Rússia mobiliza tropas para se firmar em região petroleira
Das Agências
01/08/2002 | 09:16
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A Rússia deu início nesta quinta-feira a grandes manobras navais no mar Cáspio, nas quais participam 60 navios, 30 aviões e helicópteros e 10 mil homens, o que constitui o exercício militar mais importante desde o final da União Soviética.

As manobras, que devem durar cerca de 15 dias, são interpretadas como a afirmação da presença russa em uma região petroleira-chave e começam através de exercícios teóricos de Estado Maior, seguidos, no dia 8 de agosto, por uma mobilização real de forças.

O comandante-em-chefe da marinha russa, o almirante Vladimir Kuroyedov, desmentiu que se trate de uma demonstração de força, mas indicou que Moscou vai mostrar que está em condições de defender seus interesses.

A parte mais importante das manobras, cuja etapa terrestre se desenvolve em Astrakan e na república russa do Daguestão, inclui o desembarque em uma ilhota para capturar supostas terroristas ou traficantes de armas, a libertação de uma plataforma petroleira ocupada por terroristas, a luta contra uma mancha negra e a réplica a uma tentativa de fazer explodir uma ponte no Volga.

Os exercícios haviam sido anunciados pelo presidente Vladimir Putin em abril, depois do fracasso da cúpula de Achjabad onde os cinco países da bacia do Cáspio não conseguiram chegar a um acordo sobre a distribuição dos recursos petroleiros e do gás no mar.

Estas reservas são consideradas como as terceiras do mundo, depois das da Rússia e do Golfo, mas sua exploração é limitada por desacordos entre os países da região.

O Irã, apoiado pelo Turcomenistão, deseja que o mar seja dividido em três partes iguais, com 20% para cada país, enquanto que a Rússia, Cazaquistão e Azerbaijão defendem uma distribuição em função da linha da costa, o que reduz a parte iraniana em 13%.

A divergência quase provocou um conflito no verão de 2001, quando um navio de prospecção da multinacional BP contratado por Bacu foi ameaçado por um navio militar iraniano.

Azerbaijão e Cazaquistão participam no exercício. Por outro lado, a proposta de Teerã de participar foi rejeitada pela Rússia. Moscou evocou um tratado concluído em 1924 entre a ex-URSS e o Irã, que proibe qualquer navio de guerra não-soviético no mar Cáspio.

O porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores Alexandre, Yakovenko, afirmou, por sua parte, que a presença militar russa no Cáspio não tinha outro objetivo senão preservar a estabilidade e a segurança da região.




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