Política Titulo Gastos
Vereadores de Mauá pedem para anular contrato de R$ 4 milhões

Documento assinado por 15 parlamentares, e enviado ao presidente do Legislativo, cobra suspensão do gasto com digitalização de documentos

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
15/01/2022 | 04:14
Compartilhar notícia
DGABC


Vereadores de Mauá, liderados pelo parlamentar Renan Pessoa (Avante), enviaram ofício ao presidente da Câmara, Zé Carlos Nova Era (PL), no qual pedem que cancele o contrato, no valor de R$ 4 milhões, com empresa que ficará responsável pela digitalização da documentação da casa. 

No ofício, os vereadores sustentam que o valor que seria gasto na digitalização poderia ser utilizado em equipamentos de saúde na cidade e até na mitigação dos estragos causados a moradores da cidade pelas enchentes das últimas semanas. Ao todo, 15 parlamentares assinaram o documento.

“Viemos, através deste ofício, pedir à vossa senhoria a adoção de medidas urgentes para o cancelamento do contrato de tratamento arquivístico e digitalização dos documentos da casa de leis, que foi publicado no DOM (Diário Oficial do Município) no dia 29 de dezembro de 2021 no valor de R$ 4 milhões com a empresa Sags Facilities Serviços Empresariais”, sustentam os parlamentares no documento encaminhado à mesa diretora.

O Diário revelou, ainda no dia 5 de janeiro, que a Câmara de Mauá realizou licitação milionária para digitalização de documentos da casa. À época, o Parlamento informou que o volume de arquivos que passariam pelo processo somava 4,5 milhões de páginas. Vencedora do certame, a Sags Facilities Serviços Empresariais tem sede em Barueri, foi fundada sob o nome Mix Modas e prestava serviços na área de comércio varejista de calçados. 

Ao Diário, Renan Pessoa declarou que este não seria o momento ideal para a Câmara realizar uma contratação milionária, principalmente após a cidade sofrer com as fortes chuvas que causaram enchentes e muitos outros problemas aos moradores da cidade.

“Até entendemos a importância de digitalizar a documentação da Câmara, mas este não é o momento mais propício, ainda mais depois dos munícipes sofrerem com as chuvas. Os vereadores acharam melhor rever a utilização deste dinheiro e entendemos que poderia ser utilizado em medidas que auxiliem os moradores de Mauá, principalmente durante chuvas e enchentes”, declarou o parlamentar. 

Por meio de nota, o presidente da Câmara, Zé Carlos Nova Era, alegou que não vê embasamento legal para cancelar ou anular o contrato. “Conforme o inciso I do artigo 79 da lei 8.666/93, a rescisão unilateral de contratos administrativos só pode ocorrer em hipóteses específicas, entre as quais não se incluem os fatos narrados”, sustentou. O mandatário do Legislativo ainda disparou contra os vereadores signatários do pedido. “Causa estranheza que os nobres colegas desconheçam as finalidades básicas da própria casa”, disse.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;