O presidente Lula deverá manter no cargo o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que continuará também presidente nacional do PDT e com grandes chances de ser reconduzido pelo congresso nacional do partido marcado para o ano que vem.

Assim, Lula está disposto a ignorar a recomendação de demitir Lupi do ministério, por incompatibilidade ética ao se manter nas duas ocupações, feita no final de 2007 pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

O conselheiro da Comissão, ex-ministro Marcílio Marques Moreira, disse ontem que aguarda uma decisão do presidente e não quis comentar a possibilidade de a Comissão se ver desmoralizada pelo não atendimento da recomendação de demissão.

Lupi reafirmou que não deixará a presidência do partido e só sairá do ministério por decisão de Lula. “Estou sofrendo um bombardeio e muita pressão, mas sou como cana de canavial que nem queimada ou facão arrancam”, afirmou.

Lupi, ao lado do secretário de Relações do Trabalho, Luís Medeiros, informou que todas os registros de novos sindicatos só são liberados nos locais onde há disputas com o respaldo de uma decisão judicial.

“Não ficou provado que haja constrangimentos por Lupi ser ministro e ser presidente do PDT”, argumentou o deputado pedetista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da central Força Sindical.

Outra indicação de que Lula não está muito preocupado em tomar uma decisão rapidamente são os relatos de auxiliares do Palácio do Planalto dando conta que, apesar da troca de farpas entre Lupi e Marcílio Marques Moreira, no final de dezembro, Lula não teria tocado no assunto com o ministro nas duas vezes em que conversaram nessa primeira semana de 2008.