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Magno Malta nega envolvimento com 'máfia das ambulâncias'
Do Diário OnLine
Com Agência Senado
26/07/2006 | 11:15
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O senador Magno Malta (PL-ES) divulgou na tarde de terça-feira uma nota rechaçando a informação de que teria qualquer tipo de ligação com a 'máfia das ambulâncias'. Ele é um dos 33 parlamentares que deverão ser notificados pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas por envolvimento com esquema fraudulento de compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro obtido junto a emendas ao Orçamento Geral da União. Todos terão cinco dias úteis para apresentar a defesa por escrito.

O jornal O Globo divulgou uma reportagem nesta semana revelando que Malta teria utilizado um carro da família Vedoin durante aproximadamente um ano. A família Vedoin é proprietária da Planam, empresa que 'encabeçava' a 'máfia das ambulâncias'. Na nota, Malta afirma que o veículo Ducatto da marca Fiat era do deputado Lino Rossi (PP-MT) – um dos investigados pela CPMI e pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por ligação com o esquema.

"A caminhonete Fiat Ducatto, citada em alguns veículos da imprensa nacional, não foi de minha propriedade. Antes sim, utilizei-a por empréstimo. O início desse empréstimo foi possivelmente em setembro de 2003, e a devolução se deu em julho de 2005. O empréstimo foi feito pelo deputado Lino Rossi e jamais por qualquer empresa, muito menos a Planam", afirma Malta no documento.

O parlamentar disse que o empréstimo do veículo foi pessoal, com caráter artístico e religioso, para que pudesse transportar os integrantes de sua banda gospel pelo interior do Espírito Santo. Destacou ainda que, durante o período do empréstimo, arcou com todas as despesas de impostos e manutenção do carro e jamais imaginou que o Fiat tivesse qualquer procedência duvidosa, mesmo porque, acrescentou, "tem o deputado Lino Rossi como pessoa ilibada, até que se prove o contrário".

Ao se referir ao esquema de fraudes ao Orçamento da União, Malta argumentou que em seus dois mandatos, o primeiro como deputado federal, jamais apresentou qualquer emenda para a compra de ambulâncias ou voltada para as áreas de ciência e tecnologia e comunicações, que também estão sob suspeita.

Ao se colocar à disposição da Corregedoria Parlamentar do Senado para qualquer esclarecimento, Magno Malta afirmou ainda que todos os que estiverem utilizando indevidamente o seu nome para denegrir a sua imagem estão sujeitos a responder perante a Justiça.

"Não sei a origem e o porquê dessas denúncias, embasadas em um suposto depoimento de um réu confesso. Entendo que talvez seja uma tentativa de vindita e retaliação por parte de criminosos, diante do trabalho digno e honesto que realizamos mais intensamente no Estado de Mato Grosso. De qualquer forma, vou interpelar o senhor Vedoin para que responda judicialmente por essa história inverossímil", declarou Magno Malta.

Confira a nota na íntegra:

"Mais uma vez venho manifestar o meu total repúdio à maneira caluniosa,difamatória e injuriosa como vem sendo utilizado o meu nome pela quadrilha investigada pela CPMI dos Sanguessugas. Reitero e ratifico que não tive nenhuma relação com o senhor Vedoim ou qualquer membro de sua família ou funcionários de sua empresa, e jamais negociei emendas parlamentares, com quem quer que seja, para aquisição de ambulâncias. Diante das últimas informações veiculadas pela imprensa, tenho o seguinte a esclarecer:

1-Nunca ganhei ou me foi ofertado qualquer carro pela família Vedoim ou qualquer funcionário da empresa Planam.

2-Todos os veículos de minha propriedade e de meus familiares foram adquiridos de forma lícita, têm procedência legítima e estão devidamente registrados e declarados à Receita Federal.

3-A caminhonete Fiat/Ducato, citada em alguns veículos da imprensa nacional, não foi de minha propriedade. Antes sim, utilizei-a por empréstimo. O início desse empréstimo foi possivelmente em setembro de 2003, e a devolução se deu em julho de 2005. O empréstimo foi feito pelo deputado Lino Rossi e jamais por qualquer empresa, muito menos a Planam.

4-O empréstimo do veículo foi pessoal, com caráter artístico e religioso. Infelizmente, só utilizei o referido carro porque, à época, necessitava de um veículo maior para transportar os integrantes da minha banda gospel pelo interior do Estado do Espírito Santo.

5-Em conversa com o deputado Lino Rossi, sobre essa necessidade de transporte, ele disse ser proprietário de uma Fiat/Ducato e que poderia cedê-la mediante o pagamento de despesas de impostos e manutenção. Não poderia imaginar - e não quero crer - que este veículo em questão tenha procedência duvidosa, fato que não aventei a época, até porque tenho o deputado como pessoa ilibada, até que se prove o contrário.

6-Volto a informar que nos dois mandatos, primeiro de deputado federal e atualmente de senador, jamais dirigi emendas especificamente para ambulâncias. Tampouco tive emendas para a área de Ciência e Tecnologia pagas, e não fiz emendas para o setor de Comunicações.

7-Mantenho a convicção de que não tenho do que me defender e faço saber que todos aqueles que utilizarem indevidamente o meu nome, com o intuito exclusivo de denegrir a minha imagem, estão sujeitos a responder em juízo pelas ofensas cometidas.

8-Insisto no absurdo de se acreditar que mafiosos credenciados, que agem de forma sistemática, através de licitações fraudulentas, incorram no "erro" de "dar" um veículo para um parlamentar em troca de uma "possível" alocação de emenda - que nunca existiu -, conforme o suposto depoimento do sr. Vedoim imputaria a minha pessoa.

9-Coloco-me também à disposição da Corregedoria Parlamentar do Senado Federal para que analise a minha conduta, independente de solicitações prévias.

Não sei a origem e o porquê dessas denúncias, embasadas em um suposto depoimento de um réu confesso. Entendo que talvez seja uma tentativa de vindita e retaliação de criminosos, diante do trabalho digno e honesto que realizamos mais intensamente no Estado do Mato Grosso. De qualquer forma, vou interpelar o sr. Vedoim para que responda judicialmente por essa história inverossímil.

Entretanto, sinto-me no dever de informar e de esclarecer que não vou me abster de lutar contra esses malfeitores e não vou me dobrar diante de acusações sem fundamento e sem a menor possibilidade de respaldo na realidade. Para que não reste nenhuma dúvida ou "suspeita", no sentido de esclarecer qualquer confusão feita em relação a minha pessoa, coloco à disposição da Justiça Federal, da CPMI dos Sanguessugas, da Corregedoria Parlamentar do Senado, do Conselho de Ética, do Ministério Público e da Polícia Federal todos os meus sigilos e de minha família, bancário,telefônico e fiscal.

Magno Malto (PL-ES)"




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