A seca, que deixa milhões de pessoas sem comida no leste da África, está levando cada vez mais quenianas, muitas delas menores de idade, a se prostituírem para salvar suas famílias. O PAM (Programa Alimentar Mundial) advertiu que o Quênia está prestes a viver uma tragédia humana. Mais de 2,5 milhões de habitantes precisarão de ajuda em alimentos até o fim de fevereiro.

A chefe da ONG alemã Agro Action, Íris Krebber, afirmou  que “existem cada vez mais meninas na beira das estradas se prostituindo e muitas não têm nem 13 anos". "Os estoques de alimentos se esgotaram e as mães não têm mais dinheiro para suas crianças, muitas decidem que a única saída é se prostituir nas ruas", explicou. Aproximadamente 7% das 32 milhões de quenianas possuem o vírus da Aids, que matou cerca de 1,5 milhão de pessoas no país desde 1984.

Segundo um estudo realizado em 2004 no Quênia, este tipo de prostituição provoca entre 10.000 e 20.000 novos casos de contaminação pelo vírus da Aids a cada ano. Por isso, Krebber disse temer que a fome piore estas estatísticas.

A conselheira do escritório africano para a prevenção e a proteção contra os abusos e a negligência com as crianças, Elizabeth Nyambura, declarou que os pais estão sem condições de atender às necessidades das famílias e por isso as crianças não podem ir à escola. "Além disso, as crianças têm de contribuir para o bem-estar da família e a única solução para estas meninas é se aventurar na prostituição", prosseguiu.