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Selic maior só tem ‘efeito psicológico’ no consumidor
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
16/04/2008 | 07:07
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O esperado aumento da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual – de 11,25% para 11,50% ao ano – terá pouco efeito no bolso do consumidor. Na prática, as próprias instituições de crédito têm condições de anular a elevação – que deve ser anunciada hoje pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central.

 A afirmação é do diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade), Roberto Vertamatti.

 Amparado por uma projeção da entidade – que reforça a existência de um abismo entre a Selic e as taxas reais cobradas pelos bancos –, Vertamatti garante que os juros em 10,50% ao ano devem ter apenas efeito psicológico nos consumidores.

 “A possível elevação da Selic é pequena e não será suficiente para esfriar o ritmo da economia”, afirma Vertamatti. “De qualquer forma, a taxa básica é uma referência do Banco Central e fundamental para o controle da inflação, que avançou forte neste ano.”

SIMULAÇÃO

 Ao comparar o atual custo dos empréstimos pessoais, por exemplo, com a Selic em 11,25%, é possível constatar um custo médio de 86,26% ao ano. Em um cenário de juros básicos em 11,50%, o percentual avança para 86,69% – elevação de apenas 0,38%.

 No caso do cheque especial, a média pula dos atuais 144,37% em 12 meses (7,73% ao mês) para 144,91% (7,75% mensais), com Selic a 11,50% (veja simulação acima). “Trata-se de uma variação muito pequena para desestimular o consumidor a comprar”, avalia o diretor-executivo da Anefac.

TENDÊNCIA

 O aguardado aumento da Selic hoje reflete uma tendência para o ano, segundo Vertamatti. Ele acredita que os economistas do Banco Central continuarão a aumentar os juros para conter o avanço da inflação. “Acredito que haverá ajuste de 0,25 ponto percentual a cada reunião do Copom neste ano. Assim, a Selic deve bater em 13% até o dezembro”, acrescenta.

 Embora preveja expansão dos juros no País, o diretor da Anefac considera a medida desnecessária. “O Brasil cresce abaixo da média mundial, e o consumo não está absurdo. Reajustar a taxa é conservadora demais”, conclui.



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