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Planejamento garante rentabilidade
Sérgio Toledo
Do Diário do Grande ABC
20/12/2009 | 07:25
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O primeiro passo para garantir a boa rentabilidade dos investimentos, segundo especialistas, é organizar um planejamento. "É preciso fazer uma reflexão pessoal, traçar objetivos, prazos, perfil de risco e alternativas de investimento", conta a orientadora financeira do banco Santander, Sinara Policarpo. "A diversificação de acordo com os objetivos pessoais aumenta a eficiência dos investimentos", acrescenta.

Ela diz que é importante que o investidor considere, antes de aplicar, qual a quantia de dinheiro necessária para viver bem após a aposentadoria e quanto da renda pode ser reservada para o futuro. "Uma poupança de 10% da renda atual equivale a 20 vezes o salário atual em 13 anos", calcula Sinara Policarpo, considerando juro real de 4% ao ano.

Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que, no Brasil, há 29 milhões de aposentados, dos quais 46% dependem de parentes, 28% dependem de caridade, 25% continuam trabalhando e apenas 1% se mantém. Do total de aposentados, 18 milhões recebem até um salário-mínimo e 8 milhões ganham mais de um salário-mínimo.

De acordo com a orientadora de investimentos do Santander, até os 35 anos de idade a pessoa passa pela fase de acumular riqueza; entre os 35 e 55 anos é a fase de consolidação e após isso, a fase de gasto. Sinara aconselha separar os recursos em curto prazo (até um ano) e longo prazo (mais de um ano). "O montante para o curto prazo serve como proteção e pode ser aplicado em fundos DI ou poupança. Para o longo prazo, o recomendado é uma carteira de investimento diversificada."

Sinara diz que uma boa maneira de acumular riqueza é contar com a ajuda dos juros. Segundo seus cálculos, uma pessoa que aplica todo mês R$ 1.000 em um investimento que renda 8% de juros ao ano, gera R$ 900 mil em 25 anos, dos quais R$ 600 mil provenientes de juros. "É o tempo do juro trabalhando a nosso favor. O princípio é o mesmo independente da quantia."

Oscilações da Bolsa alteram comportamento do investidor

Mesmo seguindo todos os passos indicados pelos especialistas para investir em renda variável, é necessário controlar o emocional para que o planejamento inicial alcance o objetivo traçado.

Um erro muito comum cometido pelos investidores é comprar ações quando a Bolsa está subindo e vender quando está caindo. "Desse modo, no momento da compra as ações estão caras e na venda, baratas. Isso é trocar o pé", diz o estrategista de finanças pessoais do Banco Real, Aquiles Mosca.

Segundo ele, um comportamento muito comum no mercado de ações é o chamado "movimento de manada", quando um indivíduo age conforme a comportamento da maioria. "As pessoas acreditam que há algum motivo para todo mundo comprar ou vender determinada ação", conta Mosca.

"O sentimento de errar na companhia de outras pessoas é menos desconfortável." De acordo com ele, o medo da maioria dos investidores não é de perder, mas sim de que suas aplicações tenham performance pior do que a dos demais. "O prazer de ganhar R$ 1.000 é bem menor do que o desprazer de perder R$ 1.000."

Mosca diz que em um cenário onde as pessoas podem escolher entre um ganho seguro, porém de pequeno valor, e um ganho de alto valor, mas com riscos, a maioria opta pelo rendimento menor e garantido. Entre a certeza de perder uma quantia grande e arriscar perder uma quantia menor, a maioria opta pelo risco. "As pessoas não arriscam para ganhar, mas arriscam para não perder."

Pesquisa da Universidade de Cambridge, do Reino Unido, aponta que 50% das pessoas têm os batimentos do coração acelerados quando movimentam dinheiro, 11% se sentem mal ao analisar extratos, 15% evitam abrir correspondências bancárias. Entre as mulheres, 23% têm fobia ao mercado financeiro e 18% dos homens sentem mal-estar ao falar de finanças.




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