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Acordo do FMI e BM para o perdão da dívida dos países mais pobres
Da AFP
25/09/2005 | 18:58
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O perdão da dívida da Bolívia, Honduras, Nicarágua, Guiana e 14 países africanos com vários organismos internacionais ficou a um pequeno passo de ser concretizado oficialmente depois de sua aprovação por parte dos organismos que traçam as políticas do BM (Banco Mundial) e do FMI (Fundo Monetário Internacional), reunidos neste final de semana em Washington.

"Estou muito satisfeito em ver que o Comitê de Desenvolvimento do BM apoiou hoje fortemente a proposta de cancelar em 100% a dívida dos países pobres altamente endividados (HIPC, sigla em inglês)", anunciou neste domingo o secretário do Tesouro americano, John Snow, em um comunicado.

"O acordo agora tem o apoio total de todos os Estados membros do FMI e do Banco Mundial ", afirmou o ministro das Finanças sul-africano e presidente do Comitê de Desenvolvimento do BM, Trevor Manuel, na entrevista coletiva que encerrou a reunião anual de ambas as instituições.

Os diretórios do FMI e do BM devem agora dar sua aprovação à iniciativa do G8 (Grupo dos Sete Países mais ricos do mundo e a Rússia) de perdoar a dívida dos 18 países HIPC, mas já se dá por certo que a apoiarão.

"Esperamos que os diretórios do FMI e do BM dêem uma pronta aprovação final e avancem em sua implementação", indicou Snow.

"Fizemos progressos significativos ao cumprir nossas obrigações com as pessoas mais pobres do mundo", afirmou o presidente do BM, Paul Wolfowitz, um dia depois de a iniciativa ser aprovada pelo CFMI (Comitê Financeiro e Monétario Internacional) do Fundo.

A aprovação da iniciativa por parte do Comitê de Desenvolvimento do BM, integrado por 24 representantes dos 184 países membros da instituição, se somou à luz verde dada no sábado pelo CFMI do Fundo.

O G8 aceitou financiar totalmente a proposta, que custará cerca de US$ 40 bilhões, ao perdoar a dívida total desses países com o BM, o FMI e o Banco Africano de Desenvolvimento.

No entanto, Bolívia, Honduras e Nicarágua reivindicam que o perdão da dívida seja aplicado também a seu passivo com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), enquanto a Guiana reivindica o mesmo em relação ao Banco Caribenho de Desenvolvimento.

"Os países latino-americanos acabarão com uma dívida maior que a dos países africanos HIPC após o perdão, porque o BID não foi incluído nesta iniciativa e o Banco Africano de Desenvolvimento foi", disse o secretário de Finanças mexicano Francisco Gil ao Comitê de Desenvolvimento, que representa Honduras e Nicarágua, entre outros.

Gil pediu que se ponha um fim "ao tratamento desigual de beneficiários do cancelamento da dívida por regiões".

"Queríamos que o G8 também considerasse a possibilidade de financiar eles mesmos a redução da dívida com as instituições financeiras internacionais dos países da América Latina e do Caribe", declarou ante o mesmo fórum o ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna, representando a Bolívia e outros países do Cone Sul.

Manuel concordou que a iniciativa atual faz com que alguns países se sintam prejudicados em relação a outros.

As direções do FMI e do BM "devem garantir (...) igualdade de tratamento para os países, não importa se o país está na África, na América Latina ou na Ásia", afirmou.



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