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Bancos sugerem linhas de crédito
02/10/2003 | 22:55
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Diversos bancos que estiveram reunidos com as centrais sindicais na última segunda-feira devem apresentar nesta sexta-feira as suas propostas de concessão de empréstimos descontados em folhas de pagamentos das empresas, especificando as taxas mínimas e máximas a serem cobradas. A informação foi anunciada pelo presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Gabriel Jorge Ferreira.

Ele disse que é grande a expectativa do setor bancário sobre a nova modalidade de crédito. ‘‘O programa vai alavancar a qualidade dessas operações e vai se diferenciar pelo custo do crédito’’, avaliou. Mesmo sem fazer uma previsão do volume de crédito que pode ser movimentado, Ferreira ponderou que o potencial é grande porque atinge todo o universo de trabalhadores da economia formal.

Segundo Ferreira, o mecanismo de apresentação de propostas pelos bancos é uma espécie de licitação informal para assinatura dos contratos de consignação em folha. No entanto, não está excluída a possibilidade de que outras instituições apresentem suas propostas às centrais sindicais. ‘‘Este é o início de um processo’’, afirmou.

De acordo o presidente da Febraban, o novo mecanismo surge em um momento ‘‘vital’’, porque se aproximam as vendas de fim de ano que podem ser alavancadas com o crédito mais acessível. Ele destacou com ênfase a qualidade dessas operações que, por eliminar o risco potencial da concessão de crédito, deve resultar na cobrança de taxas de juros bem mais baixas do que a de outras operações.

Bradesco – O Bradesco pretende destinar R$ 10 bilhões ao programa de crédito com desconto em folha. O presidente da instituição, Márcio Cypriano, afirmou que o banco entregou nesta quinta-feira proposta para a Força Sindical. De acordo com ele, vários bancos fizeram propostas e a central sindical vai escolher com quais formalizar acordo. Nesse tipo de crédito, o sindicato é o intermediador entre o banco, a empresa e o trabalhador.

O Bradesco pretende cobrar taxa entre 2% e 4% ao mês para os empréstimos com desconto em folha. O índice, segundo Cypriano, vai depender do tamanho do empréstimo, do tipo de empresa e do perfil do empregado que obterá o crédito. A instituição aposta mais no empréstimo com desconto em folha do que no microcrédito, para o qual destinará R$ 220 milhões.

Spreads – Gabriel Jorge Ferreira, presidente da Febraban, reafirmou nesta quinta-feira que os spreads bancários vêm caindo, ao ser indagado sobre as sucessivas críticas do governo Lula aos altos juros cobrados pelas instituições financeiras. Ele insistiu que o volume de crédito oferecido pelos bancos também está crescendo. ‘‘Há uma trajetória nítida da queda dos juros, já que a inflação está sob controle absoluto.’’ Segundo Ferreira, o spread bancário vem caindo não só pela redução dos juros básicos, mas também por um controle maior dos custos das instituições financeiras. “O único custo que não temos controle são os impostos e encargos sociais’’, disse, voltando a criticar a carga tributária. De acordo com ele, o peso desta carga pode corresponder a 35% do custo cobrado do tomador.




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