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Presos palestinos dizem que greve de fome pode causar 'desastre'
Da AFP
26/08/2004 | 18:42
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Prisioneiros palestinos pediram, nesta quinta-feira, que organizações de direitos humanos e a ONU (Organização das Nações Unidas) intervenham a favor dos que estão em greve de fome há onze dias, com o objetivo de impedir "um desastre humanitário" nas prisões de Israel.

"Pedimos que organizações de direitos humanos no mundo, assim como a ONU, representada por seu secretário-geral Kofi Annan, nos ajudem a pôr um ponto final às condições miseráveis em que vivemos. Pedimos que intervenham rapidamente, e de forma eficaz, com a finalidade de impedir um desastre humanitário", disse por telefone um porta-voz dos presos, que se identificou como Rami, a partir de uma prisão no Deserto de Neguev, no sul de Israel, onde cumpre uma pena de cinco anos de reclusão.

Ele afirmou que o movimento de greve de fome, seguido por mais de 4 mil prisioneiros palestinos dos cerca de 8 mil detidos em Israel, começou no dia 15 de agosto, depois da recusa da administração penitenciária em satisfazer suas "necessidades mais elementares enquanto seres humanos".

"Pedimos aos israelenses que respeitem nossa dignidade, melhorem nossas condições, autorizem as visitas familiares, ponham fim às revistas íntimas e ao confinamento em celas isoladas", afirmou o porta-voz. Os presos também reclamam uma melhora "na qualidade e na quantidade" de comida servida na prisão, além dos cuidados médicos existentes.

Autoridades israelenses anunciaram que não cederiam a nenhum dos pedidos. Em resposta aos pedidos, multiplicaram as pressões para conter a greve de fome.

O movimento radical Jihad islâmico e Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo armado ligado ao Fatah, ameaçaram nesta quinta seqüestrar soldados e colonos israelenses para trocá-los por presos palestinos. "Decidimos multiplicar os esforços para seqüestrar soldados e colonos sionistas. É uma de nossas prioridades", afirmaram ambos os movimentos por meio de um comunicado.

Em Ramallah (Cisjordânia), o principal conselheiro do dirigente palestino Yasser Arafat, Nabil Abu Rudeina, também pediu à ONU e às organizações humanitárias que "apóiem as demandas justas dos prisioneiros palestinos". Uma importante passeata de apoio aos grevistas foi realizada nesta quinta na cidade.

Em entrevista à imprensa em Jerusalém, representantes de várias ONGs israelenses denunciaram as violações cometidas contra os prisioneiros palestinos.




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