Dos quatro integrantes da Comissão de Serviços e Obras Públicas que receberam doações de construtoras, o deputado Alex Manente (PPS-São Bernardo) foi o único a se manifestar sobre o assunto. Ele se disse tranqüilo quanto à procedência do dinheiro e à idoneidade de sua atuação no colegiado.

“Não compromete. Minhas contribuições vieram de construtoras particulares e, por isso, não participam de licitação. Fico tranqüilo em afirmar que nenhum recurso para minha campanha veio da iniciativa pública.”

Manente concorda com a criação de uma CPI sobre as obras da construção do prédio anexo da Assembléia, que deveria custar R$ 10 milhões e já consumiu R$ 19,5 milhões, caso a comissão julgue necessário. “Devemos analisar com embasamento técnico. Os trabalhos prometem dar resultado logo.”

Os deputados Roberto Engler (PSDB), Sebastião Almeida (PT) e Analice Fernandes (PSDB) não foram encontrados para comentar as doações. Pelas assessorias de imprensa, informaram que eles estão em férias e inacessíveis.

O presidente da Comissão de Política Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo, Everson Tobaruela classificou como inadmissível que um deputado possa ser responsável por fiscalizar obras de alguém que lhe doou dinheiro.

Tobaruela cita o princípio da moralidade para dizer que, independentemente de quando os deputados tenham se tornado membros da comissão, eles teriam o dever moral de não se envolver com a fiscalização de obras públicas.

“Não estou dizendo que acontece e sim que pode acontecer de a atuação do deputado na comissão se comprometer”, afirma.