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Acusado de aliciar menores em Porto Ferreira admite culpa
Do Diário OnLine
Com Agências
03/09/2003 | 21:24
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O principal acusado de aliciar menores na cidade de Porto Ferreira, no interior de São Paulo, confessou o crime e pediu desculpas às famílias das vítimas nesta quarta-feira, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual.

O garçom e suplente de vereador Valter Mafra admitiu que ajudou a aliciar dez menores e adolescentes para orgias sexuais, compartilhadas por políticos e empresários. Segundo as primeiras investigações, As vítimas têm entre 11 e 16 anos.

Escoltado por policiais federais até o local do depoimento, em Brasília, Mafra acusou o presidente da Câmara Municipal de Porto Ferreira, Luiz César Lanzoni (PTB), e outros vereadores e funcionários da prefeitura do município de participarem das orgias, que ocorriam em chácaras e sítios da região.

Ele acusou o empresário Nelson Damanda, dono de uma empresa de cerâmica, de sugerir que menores participassem dos encontros. Nas primeiras orgias, segundo ele, participavam apenas garotas maiores de 18 anos. "Até que, após um comentário irônico de que o cardápio precisava ser mudado, as meninas mais novas começaram a participar", disse.

O suplente de vereador, que esteve foragido por 20 dias, admitiu ter fotografado meninas nuas e mantido relações sexuais com duas delas, mas negou que tenha sido agressivo com as garotas ou insistido em manter relações. Segundo ele, as meninas aceitavam particpar dos encontros em troca de R$ 20 ou R$ 50.

A relatora da comissão, deputada Maria do Rosário (PT-RS), disse que era Mafra quem comprava bebida, carne e outros produtos consumidos na orgia. Ela estranhou o fato das despesas serem pagas sempre dias depois das festas e considerou que isso pode ser um indício de que os gastos seriam incluídos na contabilidade da própria Câmara.

A deputada informou ainda que vai quebrar o sigilo bancário de Mafra para verificar se ele recebia para preparar a festas. O garçom disse que seu último salário foi de R$ 380 e que recolhia dinheiro dos participantes para pagar as despesas.

Contradições — Afirmando que as declarações de Mafra se confundem em alguns pontos, a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) apontou contradições entre o que foi dito pelo garçom e pelas meninas em Porto Ferreira. "Durante todo o tempo, ele retira a culpa de si, sempre dizendo que ouviu falar de outros, mas nada consistente. Se ele quer continuar sendo réu colaborador, o que não é uma decisão nossa, mas da juíza, deverá efetivamente colaborar".

O inquérito policial sobre o caso já indiciou 22 pessoas que participavam de festas realizadas em ranchos às margens do Rio Mogi Guaçu. O crime foi descoberto no início do mês pelo pai de uma das adolescentes envolvidas. As apurações resultaram na prisão de seis vereadores, dois empresários e um funcionário público da cidade.




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