Em entrevista à rádio oficial, Khatami disse que “expressou esperanças de que o governo britânico desista logo da ação contra o ex-diplomata, apresentando o pedido de desculpas”.

Soleimanpur foi preso na quinta-feira na Inglaterra devido a um mandado de prisão expedido pelo juiz argentino que investiga a explosão de um carro-bomba, no dia 18 de julho de 1994, em Buenos Aires. O ataque aconteceu diante da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) e resultou na morte de 85 pessoas.

As relações diplomáticas entre Teerã e Buenos Aires foram profundamente abaladas depois do atentado, mantendo-se em nível de cooperação econômica e cultural.

O ministério das Relações Exteriores iraniano convocou, neste sábado, os representantes britânico e argentino para transmitir-lhes o “enérgico protesto” da República islâmica contra a detenção do embaixador.

O diplomata argentino Ernesto Alvarez foi então informado que a cooperação econômica e cultural entre os dois país estava suspensa.

Logo depois do atentado, os iranianos, acusados pelos países ocidentais de terem financiado e armado numerosas organizações clandestinas terroristas, foram apontados imediatamente na Argentina como os possíveis responsáveis pela explosão.

O juiz argentino Juan José Galeano diz possuir provas da “responsabilidade no atentado contra a AMIA de pessoas provenientes da República islâmica”.

Teerã sempre negou qualquer envolvimento nesse atentado e em outro ato praticado contra a embaixada de Israel, também na capital argentina, que causou, no dia 17 de março de 1992, a morte de 29 pessoas. Esse último ataque foi assumido por uma organização chamada Jihad Islâmica pró-iraniana.

O Irã denuncia que esse procedimento representa uma conspiração política armada contra a República islâmica e responsabiliza o “regime sionista” pela trama.

O Teerã anunciou que agirá “firmemente” contra Londres. Os iranianos querem que os britânicos abandonem toda ação contra Hadi Soleimanpur.

Enquanto isto, o ex-embaixador aguarda detido uma nova audiência na justiça londrina, quando os britânicos decidirão se aceitam ou não o pedido de extradição argentino.