Aos 35 anos, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que abre dia 21 e vai até o dia 3, se transforma. A começar pelo tamanho: dos cerca de 400 filmes habituais, o festival agora apresentará aproximadamente 250 títulos. Por decisão de seu criador, Leon Cakoff, a seleção deste ano privilegiou longas inéditos no País, o que eliminou produções que estarão no Festival do Rio, também neste mês.

"No início, fui contra. Mas todos os festivais internacionais são assim. Esse formato é inédito para nós e vamos ter de fazer um balanço no fim", disse Renata Almeida, que assumiu sozinha a organização do evento já que Cakoff, com quem é casada, está hospitalizado para tratamento de um câncer.

Como resultado de um quadro de filmes menor, a organização também conseguiu negociar, na maioria das vezes, um maior número de exibições - já que as poucas sessões de cada filme eram uma das grandes reclamações dos cinéfilos. "Conseguimos, em média, pelo menos quatro sessões (para cada filme). É uma negociação caso a caso com as distribuidoras, que nem sempre querem muitas exibições", explicou Renata.

Os filmes em destaque já confirmados são 'O Amor Não Tem Fim', de Julie Gravas (filha de Costa Gravas e diretora de 'A Culpa é do Fidel'), 'Habemus Papam', do italiano Nanni Moretti, 'Caverna dos Sonhos Esquecidos', documentário de Werner Herzog e 'Sorelle Mai', de Marco Bellocchio.

Entre as retrospectivas, ciclos dedicados a Elia Kazan (de 'Uma Rua Chamada Pecado' e 'Sindicato de Ladrões') e aos russos Sergei Paradjanov e Aleksei German. Nino Rota, compositor de clássicos de Federico Fellini além dos temas de 'O Poderoso Chefão', também será homenageado.Veja a relação completa das salas participantes em www.mostra.org.