O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, recebeu nesta terça-feira, em seu rancho na cidade texana de Crawford, o embaixador da Arábia Saudita nos EUA, o príncipe Bandar bin Sultan. A visita teve como objetivo realçar a solidez dos vínculos bilaterais EUA-Arábia Saudita, apesar das divergências em relação ao Iraque, Oriente Médio e a guerra antiterrorista.

Antes da reunião com o príncipe Bandar bin Sultan, Bush telefonou para o príncipe herdeiro Abdullah bin Abdul Aziz para destacar a "eterna amizade" entre as duas nações e negar as informações sobre a deterioração nos laços bilaterais. A Arábia Saudita exerce o papel de maior aliado dos Estados Unidos na região.

Bush "afirmou que as últimas notícias da imprensa sobre as relações entre os dois países amigos são declarações irresponsáveis que não refletem a realidade e a fortaleza das ligações ", informou a agência saudita SPA.

O presidente americano também se distanciou de um relatório do Pentágono, divulgado no mês passado, no qual se descrevia a Arábia Saudita como inimigo dos Estados Unidos e um país protetor de terroristas. "O presidente disse que o relatório não reflete sua visão ou a do Departamento de Defesa. Foi uma conversa amistosa", disse à Agência France Presse um funcionário da Casa Branca que pediu para não ser identificado.

Segundo funcionários americanos, as relações bilaterais foram uma das pautas da reunião entre Bush e Bandar. O relacionamento entre os dois países entrou em crise depois dos atentados de 11 de setembro, o conflito no Oriente Médio e das potenciais ações militares de Washington contra o Iraque.

Os dois países mantêm boas relações desde a fundação da Arábia Saudita, há 70 anos. Funcionários dos dois governos tentam reduzir o clima de tensão desde que 19 terroristas - 15 deles sauditas - seqüestraram aviões e os transformaram em autênticos mísseis no dia 11 de setembro, nas cidades de Nova York, Washington e Pensilvania.

"Não há necessidade de beijar e fazer as pazes, em primeiro lugar, porque nunca rompemos", disse à CNN esta terça-feira Adel Al Jubeir, assessor para assuntos externos da coroa saudita.

Em um gesto aparentemente conciliador, funcionários sauditas afirmaram que Riad cobrirá qualquer queda da produção petroleira no caso de um eventual ataque dos Estados Unidos ao Iraque, informou o The Wall Street Journal.

No entanto, alguns setores da imprensa americana afirmam que a Arábia Saudita tem atuado de forma reticente em várias frentes e usado seus laços com diferentes correntes islâmicas favorecidas pelos extremistas.