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Xiitas gritam morte ao Baatah e aos Estados Unidos em mesquita
Da AFP
05/09/2003 | 17:20
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O apelo para resistir pacificamente diante a violência e a ocupação do Iraque, pronunciado nesta sexta-feira durante as orações na grande mesquita de Najaf, não conseguiu acalmar a ira nos corações dos xiitas, que não esquecem as imagens do sangrento atentado praticado há uma semana neste lugar sagrado.

"Morte ao Baath (partido do ex-presidente Saddam Hussein) e aos Estados Unidos! Jihad (guerra santa)!", gritavam centenas de xiitas no mesmo lugar onde explodiu, há sete dias, o carro-bomba, que matou mais de 80 pessoas.

A poucos metros do protesto podiam ser observados os restos macabros do atentado como pequenas lojas reduzidas a escombros, numerosas paredes destruídas e os impactos da explosão no lado lateral direito da mesquita, o lugar sagrado dos xiitas iraquianos, onde repousam os restos do imã Ali, genro de Maomé e fundador desta tendência do Islã. As paredes desse lado do templo estão cobertas de mensagens de pêsames enviadas por autoridades locais e líderes religiosos e por imagens do aiatolá Mohammed Baqer Al Hakim, líder espiritual xiita, que morreu no atentado.

Do telhado do templo, vários guardas armados vigiavam a manifestação, organizada depois da oração do meio-dia desta sexta-feira, dia sagrado do Islã.

Na esplanada da mesquita de Najaf, sul de Bagdá, outras dezenas de membros da milícia armada Báder, sob as ordens do Conselho Supremo da Revolução Islâmica no Iraque (CSRII), dirigido até recentemente por Al Hakim, acompanhavam os movimentos de fiéis e curiosos. À lembrança do aiatolá Hakim fez com que o sermão de Sadereddin al-Kubbanchi, o dignitário xiita responsável pela prédica desta sexta-feira não escondesse a tristeza, fazendo também pedidos de resistência pacífica ante a violência e a ocupação do país, da mesma forma que fazia o religioso morto.

"Quem realizou o ataque só queria provocar uma guerra civil no país mas não mudaremos o caminho iniciado por Al Hakim, a resistência política para acabar com a ocupação e construir um Iraque livre, unido e independente", insistiual-Kubbanch diante a multidão estimada em 5.000 fiéis.

O mausoléu de Ali ficou pequeno para receber tanta gente. Uma hora antes de começar as orações, as portas da mesquita já tinham sido fechadas. Depois da oração, numa manobra que parecia copiada de um filme de ação, os religiosos xiitas deixaram o templo pela porta traseira, protegidos por vários homens armados que os puseram, em questão de segundos, em vários veículos que deixaram o local a grande velocidade.




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