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Ataques matam mais de 100 em menos de 24h no Iraque
Do Diário OnLine
Com AFP
30/09/2005 | 21:31
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Mais de cem pessoas morreram em menos de 24 horas em duas cidades xiitas do Iraque. O chefe da rede terrorista Al-Qaeda no país, o jordaniano Abu Mussab al-Zarqawi, decretou “guerra total” contra essa comunidade religiosa majoritária.

Depois de a organização de Zarqawi reivindicar o triplo atentado que deixou 99 mortos em Balad, um imã próximo do grande aiatolá Ali Sistani pediu aos xiitas durante oração em Kerbala que tenham “calma e paciência”.

Dez pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas sexta-feira em um atentado com carro-bomba em um mercado de Hilla, cidade xiita a 100 km ao sul da capital. O veículo estava estacionado no mercado Al Amar e os explosivos colocados dentro dele foram acionados por controle remoto às 9h.

Horas antes, um triplo atentado deixou 99 mortos e 124 feridos em Balad, outra cidade xiita 70 km ao norte de Bagdá. “A Al-Qaeda reivindica o triplo atentado com carro-bomba cometido contra os apóstatas da polícia e da guarda nacional em Balad”, anunciou a organização em comunicado divulgado sexta-feira na internet. Dois carros-bombas explodiram a dez minutos de intervalo às 18h30 de quinta-feira na rua Mashraf, no centro de Balad. O terceiro ataque aconteceu minutos depois, no bairro de Bab al-Sur.

Imediatamente depois dos ataques, 15 obuses de morteiro de grosso calibre foram disparados contra Bab al-Sur e outro bairro da cidade. Pelo menos 22 crianças e 35 mulheres morreram nessa série de ataques. Pelo alto número de vítimas, essa onda de atentados é considerada uma das mais sangrentas que abalaram o Iraque desde a queda do ditador Saddam Hussein, em abril de 2003.

A Al-Qaeda no Iraque, que prega interpretação radical do Islã sunita, decretou em 14 de setembro “guerra total” à comunidade xiita, que acusa de colaborar com as forças de ocupação. Nesse mesmo dia, as ameaças foram concretizadas com atentados que deixaram 130 mortos na capital.

Os xiitas e os curdos foram os vencedores das eleições de janeiro. A ofensiva de Zarqawi acontece a poucos dias do referendo de 15 de outubro sobre o projeto de Constituição, já aprovado pelo Parlamento. Os EUA tentam convencer xiitas e curdos a aceitarem a modificações exigidas pelos sunitas.

Os sunitas temem que a natureza federalista do projeto de Constituição provoque a divisão do país, e deseja que seja acrescentada uma frase enfatizando a unidade da nação iraquiana. Na realidade, os sunitas temem que as províncias do sul, ricas em petróleo e de maioria xiita, se unam para formar um embrião de Estado.

Abu Ghraib - Os maus-tratos infligidos aos prisioneiros iraquianos por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib são apenas a parte visível de um fenômeno muito mais amplo, afirmou sexta-feira Janis Karpinski, diretora dessa prisão na época que estourou o escândalo.

“Já foi provado que não se tratava de sete soldados fora de controle que vigiavam os presos no turno da noite”, disse Janis, rebaixada de general para coronel da reserva em razão do caso que chocou o mundo. “Os documentos encontrados posteriormente mostraram que isso também aconteceu no Afeganistão e em Guantánamo. A diferença é que não havia fotografias sobre o que aconteceu” fora de Abu Ghraib.




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