Economia Titulo Fora do ar
Ataque cibernético prejudica vendas da CVC há cinco dias

Prejuízo é estimado em R$ 30 milhões a cada 24h; empresa andreense diz atuar para ‘mitigar’ efeitos

Da Redação
do Diário do Grande ABC
07/10/2021 | 23:11
Compartilhar notícia
Celso Luiz/ DGABC


O sistema de vendas de passagens e pacotes turísticos da CVC, com sede em Santo André, está inoperante desde sábado, quando a companhia informou ter sido alvo de ataque cibernético. Lojistas reclamam do prejuízo e da demora da empresa em solucionar o problema. Fonte do mercado estima que a rede deixe de faturar R$ 30 milhões por dia.

“Estou sofrendo horrores. As vendas não estão entrando, passamos o dia todo atendendo a clientes assustados e com medo do pior”, relata ao Diário, sob condição de anonimato, um dos franqueados da CVC com lojas na Capital. Ele diz que a companhia não colabora. “A única resposta que temos para oferecer é que nós também não sabemos de nada”, completa.

Uma outra revendedora multimarcas, que não opera exclusivamente com a companhia andreense, diz que não está perdendo negócios porque os direciona a outras operadoras, mas tem recebido muitos clientes preocupados com a situação da CVC. “Ficam me questionando se os dados do cartão e dados seus pessoais foram invadidos, para que possam tomar medidas legais e procurar uma delegacia para preservar seus direitos”, conta, também sob compromisso de não ter seu nome revelado.

Os cerca de 850 lojistas da rede lamentam que o sistema de vendas, chamado de systur, tenha saído do ar justamente em outubro, mês em que o mercado de turismo geralmente está aquecido, por causa das buscas por pacotes para as férias do fim do ano. A companhia estaria estudando forma de ressarcir os danos dos franqueados, pagando valor de indenização baseado nas vendas de setembro, informação não confirmada oficialmente pela empresa.

Em comunicado ao mercado divulgado ontem em seu site, a CVC admite que, devido ao que chama de ‘incidente cibernético’ sofrido no sábado, “alguns de seus sistemas permanecem interrompidos, afetando adversamente as suas operações”. A empresa não dá oficialmente nenhuma previsão sobre a solução do problema. Informa que “tem atuado de forma diligente para mitigar os efeitos causados”.

O Diário enviou ontem série de questionamentos à CVC, por meio da assessoria de imprensa, mas a companhia não havia respondido até o fechamento da edição.

Operadora reafirma sequestro de sistema por hacker e não dá prazo para retomada
A CVC reafirmou ontem, em comunicado ao mercado, que está sendo vítima de extorsão por hacker. A companhia não divulgou data para que seus sistemas tecnológicos sejam restabelecidos. Em documento assinado pelo diretor financeiro e de relações com investidores, Marcelo Kopel, a companhia andreense disse que “ainda restam importantes etapas para a retomada da operação” em “razão do ataque de ransomware”.

“Todos os esforços vêm sendo envidados, estando a CVC Corp empenhada em apurar a extensão do incidente, limitar os danos causados e restabelecer o pleno funcionamento do ambiente de tecnologia. Entretanto, ainda restam importantes etapas para a retomada da operação”, informou o comunicado, sem estipular prazo.

Fonte do mercado contou ao Diário que circula nos bastidores informação de o hacker – ou hackers – estaria exigindo R$ 11 milhões em criptomoeda para devolver o acesso dos computadores à CVC. Questionada pelo jornal, a empresa não respondeu 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;