Otimista com os resultados obtidos na primeira fase do projeto Genoma da Xylella fastidiosa, bactéria causadora da Clorose Variegada dos Citros (CVC), doença mais conhecida por Amarelinho e que atinge os pomares de frutas cítricas, Perez anunciou ainda outros projetos. ``Vamos começar em março deste ano o Genoma da cana-de- açúcar em parceria com a Copersucar, para identificar 50 mil genes', disse ele. Será um projeto de grande porte e terá um custo aproximado de US$ 10 milhoes.
As chamadas bibliotecas de DNA estao prontas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e os trabalhos já podem ser iniciados. A Fapesp também vai financiar o Genoma do cancro cítrico, doença que afeta os pomares de laranja, em parceria com o Fundo Paulista de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
O diretor da Fapesp e pesquisadores de 33 laboratórios participaram nesta terça de uma reuniao de avaliaçao do genoma da Xylella na sede do Fundecitrus, em Araraquara. Iniciado em setembro de 1997 e com previsao para ser concluído em maio do ano 2000, o projeto terá sua finalizaçao antecipada em um ano.
Terminada a primeira etapa que identificou os genes, começa a fase denominada Genoma Funcional, que consiste em descobrir a funçao de cada um dos genes selecionados. Na primeira fase, os pesquisadores identificaram um conjunto de nove genes importante para entender a patogenicidade da bactéria, cuja funçao biológica será patenteada. ``Eles sao responsáveis pela produçao de uma goma, que tem valor potencial em engenharia de alimentos e que pode ser usada para a fabricaçao de gomas de mascar, por exemplo', avaliou Perez.
A Fapesp vai financiar mais R$ 5 milhoes para a conclusao do projeto, cujo investimento total será de R$ 20 milhoes. ``Estamos realizando ciência de fronteira, gerando competência de pesquisa em parceria com o setor produtivo, especializando pesquisadores em biotecnologia e dando visibilidade à ciência brasileira na mídia internacional', declarou Perez. O coordenador do Genoma, Andrew Simpson, disse que os trabalhos estao sendo acompanhados por uma comissao de pesquisadores estrangeiros de altíssimo nível. ``O projeto tem demonstrado que o Brasil pode ser um dos pólos mundiais nesse tipo de trabalho. Atualmente, além do Brasil, apenas os Estados Unidos, Europa e Japao realizam pesquisas em genética molecular', afirma Simpson.
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