A enchente dos rios amazônicos chegou arrasadora na regiao de Manaus e inundou várias ilhas, como a da Marchantaria, obrigando o prefeito de Iranduba, a 25 quilômetros da capital, a decretar estado de calamidade pública. A cheia já inundou 20% da área urbana da cidade e deixou isolado, no que era a orla, o maior frigorífico do Norte do país, o Friúba, que abastece Manaus e gera renda exportando peixe. ``Nas ruas debaixo d'água, o povo está pegando peixe com as mao', disse o prefeito de Iranduba, o pernambucano José Maria Muniz.

Em Manaus, a rampa do hotel Tropical, construída para conter as grandes enchentes, vai ser alagada dentro de dois dias, caso o rio Negro continue subindo quatro centímetros por dia. Entre sexta e domingo, ele encheu 14 centímetros. Nesta segunda ele subiu quatro centímetros. O serviço de Hidrografia no Porto de Manaus, que registra o nível das águas desde o início do século, reconhece que a cheia desse ano deverá ser mesmo uma das maiores de todos os tempos.

``Nos próximos dois dias, o rio vai emitir sinais claros de que continuará enchendo ou se vai começar o regime da seca', disse o chefe da Hidrografia no Porto, Valderino Pereira da Silva. Enquanto o rio começou a baixar há uma semana, ainda lentamente (um centímetro/dia) no Alto Solimoes, na regiao e fronteira com Peru e Colômbia, em todo o estado do Amazonas chove torrencialmente, influenciando o nível de subida das águas em Manaus.