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Independência seria alvo da Marfrig
01/10/2009 | 07:00
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A Marfrig Alimentos planeja expandir sua atuação no segmento de carne bovina no Brasil. Depois de arrendar 11 unidades dos frigoríficos Margen e Mercosul, o grupo negocia agora a aquisição do Independência, que enfrenta neste momento um processo de recuperação judicial e realizará assembleia de credores na segunda-feira.

Segundo fontes do setor, as duas empresas estariam negociando enquanto esperam que o plano de recuperação seja aprovado na assembleia. A Marfrig, por sua vez, enviou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) comunicado negando que esteja em negociações com o frigorífico Independência. A nota informa que "não existe qualquer acordo ou negociação em curso entre a Marfrig Alimentos e o Frigorífico Independência". A empresa encontra-se no momento em período de silêncio devido à distribuição pública primária de ações.

O Independência tem sob sua administração 11 unidades de abate, das quais apenas duas estão em operação, uma em Janaúba (MG) e outra em Rolim de Moura (RO). Apesar de estar com sua produção bastante reduzida, as unidades do Independência são consideradas bem estruturadas e localizadas em regiões onde a pecuária tem forte presença.

As duas unidades que ainda funcionam possuem juntas capacidade de abate de apenas 1.900 cabeças por dia. A capacidade instalada total do Independência é de 9.300 cabeças por dia.

De acordo com a fonte, o possível negócio envolveria os cinco armazéns, as três indústrias de couro, que juntas têm uma capacidade de beneficiamento de 10 mil peles por dia, e também as duas indústrias de carne seca, com capacidade de 1.700 toneladas por dia. Com isso, a Marfrig reforçaria a presença no setor bovino e entraria no mercado de couro no Brasil.

O fato de o Independência estar em recuperação judicial não seria um problema para atrapalhar o negócio. Segundo o advogado Eduardo Guerra, do escritório Guerra e Batista Advogados, uma empresa em recuperação pode ter parte de seus ativos vendidos ou ser integralmente negociada desde que haja uma aceitação por parte dos credores. "Isso pode ocorrer desde que o dinheiro da venda seja suficiente para pagar os passivos. Outra alternativa seria a incorporação da empresa em recuperação, incluindo seus ativos e passivos."

O advogado lembra, no entanto, que no caso de uma venda integral, os juízes dificilmente aprovam o negócio antes que o plano de recuperação seja aprovado pela assembleia de credores. Nesse caso, Guerra explica que a empresa em recuperação pode ser vendida depois de ter seu plano aprovado.




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