O estado de saúde do papa João Paulo II, 84 anos, se agravou na tarde desta sexta-feira e fontes médicas dizem que "já não há mais esperanças". De acordo com as últimas informações, o quadro clínico do religioso é irreversível. Além de estar inconsciente, ele respira de maneira superficial (fraca) e já tem falência das funções dos rins.

A imprensa internacional chegou a anunciar a morte do pontífice, citando um exame de eletrocardiograma que teria confirmado a parada de seu coração, porém o arcebispo Angelo Comastri, vicário do Vaticano, convocou os jornalistas e negou a informação.

"Os rumores sobre a morte do Papa não têm fundamento. Quando for o momento, tudo será dito como aconteceu até agora", afirmaram fontes oficiais, que também revelaram a não existência de um eletrocardiograma nos aposentos do Sumo Pontífice.

Pouco antes, o cardeal Camillo Ruini, vigário de Roma, disse que João Paulo II já estaria "vendo e tocando o Senhor", durante missa celebrada na catedral da capital italiana com outros 100 sacerdotes. A cerimônia reuniu oficiais do governo e diplomatas, incluindo o presidente italiano Carlo Azeglio Ciampi e o premiê Silvio Berlusconi, além de milhares de pessoas.

O quadro de João Paulo II começou a se deteriorar rapidamente na noite de quinta-feira, quando apresentou febre alta e pressão baixa — complicações desencadeadas por uma infecção urinária. Durante a madrugada, ele sofreu uma parada cardíaca, mas ainda assim pediu a seus colaboradores que não fosse transferido para o hospital Gemelli, em Roma (Itália). O papa é mantido em seu apartamento no Vaticano, onde foi instalado um centro médico.

Durante a manhã desta sexta-feira, ainda consciente, o papa chegou a pedir a leitura de algumas passagens das Escrituras Sagradas, entre elas as 14 Estações do Calvário de Jesus. João Paulo II já recebeu a unção dos enfermos, sacramento da Igreja Católica que abençoa os doentes graves na hora de sua morte.