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África torna-se uma das principais bases para tráfico de heroína e cocaína
Da AFP
28/02/2007 | 20:24
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A África tornou-se uma das principais plataformas mundiais para o tráfico de heroína, que registrou uma explosão da produção no Afeganistão, e de cocaína - com o consumo em forte alta na Europa e na Ásia, revela a OICS, o órgão internacional de controle de entorpecentes, no relatório anual que será publicado nesta quinta-feira.

"Utilizando-se da débil capacidade local de interceptação, as redes usam a região como zona de trânsito" para levar a heroína da Ásia para a Europa e a América do Norte, e a cocaína em direção à Ásia e à Europa, denuncia a OICS em Viena.

O tráfico da cocaína no continente africano tomou, assim, uma extensão "particularmente preocupante", afirma este organismo ligado à ONU.

Como na Ásia, onde se expande principalmente entre as novas classes mais ricas, na Índia ou em Hong Kong, o consumo de cocaína conheceu uma grande expansão na Europa, tornando-se o segundo mercado do mundo, após os Estados Unidos, com taxas particularmente elevadas na Espanha e no Reino Unido.

A superfície total consagrada à produção de cocaína aparece, no entanto, estabilizada num nível inferior de 28% ao de 2000, nota a OICS.

Ao contrário, a produção do ópio, em baixa regular no sudeste da Ásia, continua a crescer de forma exponencial no Afeganistão - de longe o primeiro produtor mundial, com uma alta de 50% em um ano, registrando 6.100 toneladas em 2006.

Esta evolução está intimamente ligada à "corrupção generalizada" no país, onde um terço da economia é tributária do ópio, destaca a OICS. "A menos que o governo afegão tome rapidamente medidas contra a corrupção, seus esforços em matéria de controle de drogas serão comprometidos, o que deterá também o progresso político, o crescimento econômico e o desenvolvimento social", sublinha o órgão.

Em baixa na Europa ocidental e central, o consumo de heroína aumenta na Europa do Leste e nos países que pertenceram à extinta URSS, diz o documento.

Na maioria dos países, a droga ilícita mais amplamente consumida é a maconha, principalmente na Europa - onde 6% da população a usou pelo menos uma vez -, na África, no Canadá e na América do Sul.

Paralelamente ao avanço do abuso de medicamentos liberados ou não, a OICS revela, além disso, um rápido progresso do consumo de drogas sintéticas, principalmente na América, Europa e Ásia.

Droga n°1 em consumo no Japão, nas Filipinas, na Coréia do Sul e na Tailândia, a metanfetamina é também considerada o entorpecente que avança mais rapidamente nos Estados Unidos, e ganha terreno na China e na Malásia.

Menos popular na Europa, esta droga é suplantada pelo ecstasy (MDMA), a segunda mais consumida neste continente após a maconha.

O OICS, um organismo independente de 13 membros - médicos, farmacêuticos e especialistas - estabelecido em 1968, é encarregado de acompanhar a aplicação das convenções internacionais da ONU sobre o controle de drogas.




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