Bustorff, que é normalmente consultado por empresários que pretendem investir no Brasil, afirma que no grupo dos grandes investidores, apenas a Caixa Geral de Depósitos - proprietária do Banco Bandeirante - nao deverá fazer novas aquisiçoes no mercado brasileiro.

Entre as grandes empresas que estao planejando investir no Brasil, Bustorff indica a fábrica de cimentos Cimpor - proprietária de duas fábricas de cimento no Brasil -, o Banco Espírito Santo (que detém o Boavista), a Jerônimo Martins (que comprou o grupo Sé), a Sonae, que já é o terceiro grupo de supermercados no Brasil, e a Portugal Telecom, acionista majoritária da Telesp Celular.

"O Banco Espírito Santo está interessado em adquirir um banco de investimentos e a Sonae e a Jerônimo Martins vao investir na área de supermercados", diz Bustorff.

Segundo Bustorff, atraídos pelos grandes investidores, também pequenos e médios estao a caminho do Brasil. "Os fornecedores tradicionais de empresas como a Portugal Telecom vao atrás delas. Já conhecem o seu funcionamento e sabem como negociar com elas, o que facilita a entrada no mercado brasileiro."

Além disso ele atribui um motivo psicológico para o aumento do número de empresas portuguesas no mercado brasileiro. "Está na moda entre os empresários de Portugal ter uma empresa no Brasil."

Bustorff considera que em conseqüência da ida das grandes empresas portuguesas para o Brasil será gerado um movimento inverso com investimentos brasileiros em Portugal. "A entrada das grandes empresas portuguesas no Brasil gerou uma mudança da imagem de Portugal entre os brasileiros", avaliou.