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Sint Maarten: um pouco europeia, muito caribenha
Raphael Ramos
Enviado a St. Maarten
18/06/2009 | 07:00
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Já virou clichê dizer que lugares belos por natureza, turísticos e recheados de atrativos são únicos e, por isso, merecem ser visitados. Mas a pequena Sint Maarten/Saint Martin, encravada no meio do Caribe, é, de fato, uma ilha única. Ou você conhece outro lugar dividido e administrado entre os governos da França e da Holanda, no qual o inglês é a língua dominante e o dólar, a moeda mais usada? Ou que em menos de 100 quilômetros quadrados some quase 400 restaurantes (um para cada dia do ano, com direito a sobra). Sem contar, é claro, as praias paradisíacas e badaladíssimas - tudo lado a lado.

Pois essa é St.Maarten/St.Martin. Onde é possível se fazer de tudo. Ou nada. Basta escolher. Para os mais empolgados, não faltam opções: esportes radicais, pesca, cassinos e muita agitação à noite. Quem busca tranquilidade, pode se deliciar com praias de mar calmo e de um azul indescritível ou mesmo apenas relaxar em resorts e spas de primeira linha.

Após esta rápida apresentação, fica mais fácil entender o motivo pelo qual holandeses, franceses, ingleses e espanhóis disputam o domínio sobre a ilha desde a sua descoberta por Cristóvão Colombo, em 11 de novembro 1493, dia de São Martinho. Atualmente, está em vigência o Tratado de Concórdia, assinado em 23 de março de 1648 e que a dividiu entre Holanda e França.

Até mesmo a lenda sobre essa definição é única. Conta-se que a demarcação da fronteira foi decidida depois de uma disputa entre um francês e um holandês. Ambos saíram de lados opostos da ilha e o ponto de encontro se transformaria na linha divisória. No caminho, o francês teria bebido vinho e o holandês, rum. Claramente mais embriagado do que o concorrente, o holandês andou mais devagar e ficou com a menor porção de terra (de um lado são 21 praias e do outro 16).

Apesar dos mapas delinearem cada território, não há fronteiras demarcadas. Em alguns pontos foram colocadas placas ou bandeiras dos dois países. Até culturalmente é difícil distinguir a divisão. Com forte presença de norte-americanos, os costumes são bem parecidos, salvo algumas exceções. Os 12 cassinos existentes na ilha, por exemplo, estão todos do lado holandês, pois são proibidos pelos franceses.

Além da língua e da moeda, outra mostra da influência dos Estados Unidos que acaba ‘unificando' as duas partes são os esportes. Durantes as finais da NBA (liga norte-americana de basquete), que terminaram no domingo, várias bares armaram telões para que os clientes pudessem acompanhar os jogos. Nos jornais locais, as partidas eram o principal destaque do noticiário esportivo.

Em tempo: de avião, a distância para Miami é menos de três horas; até Paris, são quase nove. Assim, os norte-americanos são a maioria entre os turistas, seguidos pelos europeus e canadenses.

Diante deste cenário, St.Maarten (holandês) e St.Martin (francês) convivem pacificamente. "Trabalhamos juntos", explica a presidente do Escritório de Turismo do lado francês. "Somos uma ilha, duas nações e milhares de experiências", completa a diretora de Turismo do lado holandês, Regina LaBega.

O jornalista viajou a convite do Escritório de Turismo de St. Maarten




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