Trabalhos vão prosseguir por mais 30 dias; votação foi unânime, até com apoio governista
A Câmara de Rio Grande da Serra prorrogou por 30 dias a CPI do Fura-fila da vacinação contra a Covid-19 na cidade. A votação foi unânime pela extensão dos trabalhos, inclusive de parlamentares que foram contrários à instalação original da apuração. O prazo de funcionamento da comissão terminaria na segunda-feira.
O pedido foi feito pelo presidente do bloco, Claudinho Monteiro (PTC), que argumentou que há passos a serem investigados e que o governo do prefeito Claudinho da Geladeira (Podemos) tem dificultado o acesso a documentos sobre o processo de imunização no município.
Monteiro citou que somente nesta semana recebeu relatório com os primeiros vacinados em Rio Grande – o primeiro lote de Coronavac chegou em janeiro, com 440 doses. Foi nesta leva que a servidora Silvia Maria Rodrigues da Silva, funcionária da Secretaria de Serviços Urbanos, tomou a vacina dizendo ser colaboradora da área da saúde. “E se alguém conseguir entender essa lista tem de ir trabalhar na Nasa, porque está inteligível”, disparou o oposicionista, em referência à agência espacial norte-americana.
Vários vereadores utilizaram a tribuna para defender a extensão da CPI do Fura-fila da vacinação. Até mesmo governistas concordaram com o prolongamento dos trabalhos. Alguns situacionistas comentaram que é preciso acompanhar também o recurso enviado pelos governos do Estado e federal para o combate à Covid-19. “Sou da base do governo do prefeito Claudinho da Geladeira e Penha Fumagali (PTB, vice) e acho que tem de apurar mesmo”, disse Israel Mendonça (PDT).
Durante os trabalhos da CPI, secretários foram ouvidos, mas foi revelada outra suspeita de fraude no processo de imunização: Gabriel Henrique Afonso Campagnoli, 23 anos, funcionário da Câmara, registrou BO (Boletim de Ocorrência) ao descobrir que seu nome apareceu na lista de pessoas vacinadas na cidade, a despeito de ele ainda não ter recebido sua dose. Campagnoli entregou à CPI exame que indica que não há anticorpos em seus sistema imunológico.
O governo tem defendido a vacinação de Silvia, dizendo que ela estava atuando na Secretaria de Saúde, e que abriu sindicância no caso de Campagnoli.
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