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Israel abandona negociaçao com Síria
Do Diário do Grande ABC
11/04/2000 | 12:45
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Israel anunciou nesta terça-feira o reinício da colonizaçao em Gola, dando a impressao de que abandona suas tentativas de retomar o diálogo com a Síria, a horas da reuniao de cúpula entre Israel e Estados Unidos, em Washington.

O projeto de construçao de 200 vivendas em Katzrin, a principal colônia judaica em Gola, que seguramente provocará a indignaçao de Damasco, foi apresentado por Jaim Ramon, ministro sem pasta, como uma resposta ao que classificou como um ``endurecimento da posiçao síria'.

Israel conquistou, em junho de 1967, a planície síria de Gola e todas as tentativas de acordo sobre uma retirada israelense da regiao em troca da paz fracassaram até a presente data.

Ramon, assim como o ministro das Relaçoes Exteriores, David Levy, e o ministro de Cooperaçao Internacional, Shimon Peres, sustentaram que as discussoes com Damasco serao retomadas, na melhor das hipóteses, daqui a alguns meses. As negociaçoes estao suspensas desde janeiro.

Nesta terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, receberá o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, para examinar o processo de paz no Oriente Médio.

``Enquanto os sírios adotarem posiçoes duras e intransigentes, nao haverá motivos para negociar e deve-se permitir que os moradores de Gola se desenvolvam economicamente e se alojem', disse Ramon, à rádio pública.

Segundo ele, Damasco ``rechaçou grosseiramente as propostas generosas de Israel e as negociaçoes nao serao retomadas se nao houver uma mudança significativa na posiçao síria'.

De acordo com Peres, o chefe do Estado sírio, Hafez el-Asad, deixou passar novamente uma oportunidade de chegar a um acordo de paz com Israel.

``Há mais de 20 anos o presidente sírio compra bilhetes e deixa passar o trem (da paz). Estamos em ponto morto. Teremos que esperar até o próximo ano, após as eleiçoes americanas, para que as discussoes, quem sabe, sejam retomadas', opinou o ex-primeiro-ministro.

Levy também se mostrou pessimista. "Os sírios nao querem a paz, mas estávamos certos ao tentar negociar com eles. Nao poremos em risco nossa segurança para chegar a um acordo que nao corresponda às nossas necessidades em matéria de água, acordos de segurança e regularizaçao".

Desde que chegou ao poder, em julho do ano passado, Barak deu prioridade à questao síria, em detrimento das negociaçoes com os palestinos, dizem os observadores. O abandono dessa estratégia, ainda que provisório, representa um fracasso do chefe de governo.




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